Após ser questionada por ausência, Tia Eron diz que "cumprirá seu dever"
A deputada Tia Eron (PRB-BA), única titular do Conselho de Ética da Câmara que ainda não havia declarado sua posição contra ou a favor da cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), faltou à reunião desta terça-feira (7).
À tarde, após o adiamento para esta quarta (8) da votação do parecer do relator Marcos Rogério (DEM-RO), favorável à cassação, ela se manifestou por meio de nota e disse: "não me furtarei a cumprir com meu dever". A parlamentar, que acompanhou a sessão, da sala da liderança do PRB na Câmara, afirmou ainda que, "caso a sessão de hoje fosse para votação", teria apresentado seu voto. A baiana, no entanto, não afirmou a sua decisão na nota.
O voto de Eron é considerado como o que pode definir a cassação de Cunha. Com o placar estimado em 11 x 9 a favor do peemedebista, Eron poderia provocar um empate em 10 x 10 se votasse pela cassação. Isso faria com que o presidente do Conselho, apontado como favorável à cassação, tivesse que votar para desempatar.
Durante toda a manhã desta terça, assessores da deputada e de seu partido, o PRB, não souberam informar com precisão à reportagem do UOL o motivo de a deputada ter faltado à reunião. A informação foi a de que ela estaria em "reunião externa", mas os assessores não informaram o local ou o motivo da reunião.
Eron é do mesmo partido do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, presidente e representante do legenda no governo do presidente interino, Michel Temer.
Deputados criticaram na reunião do Conselho de Ética a eventual proximidade política entre Eron, Pereira, Cunha e o presidente interino, Michel Temer (PMDB), e a possibilidade de que isso tenha determinado a ausência da deputada à votação. Em tom de piada, alguns parlamentares chegaram a questionar se a deputada fora "abduzida".
Leia abaixo a íntegra da nota de Tia Eron:
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