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Cunha diz que adiar votação do Conselho foi "falta de ética"

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UOL Notícias

Felipe Amorim e Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

07/06/2016 16h32

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de processo de cassação no Conselho de Ética, afirmou nesta terça-feira (7) que a decisão do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), de adiar a votação do relatório contra o peemedebista foi motivada por “falta de ética” e porque Araújo teria percebido não ter votos suficientes para aprovar a cassação do deputado.

A sessão de hoje do Conselho foi suspensa quando já havia sido encerrada a fase de discussão do parecer, quando os deputados podem falar sobre o relatório, e deveria ser aberta a votação. Naquele momento, a previsão de membros da comissão era de que o parecer pela cassação fosse derrotado, por 11 votos a 9.

Araújo adiou a votação para esta quarta-feira (8) após o relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), pedir mais tempo para se pronunciar sobre voto em separado apresentado nesta terça-feira por José Carlos Bacelar (PR-BA), no qual é defendida a punição mais branda de suspensão do mandato de Cunha.

Araújo afirmou que sua decisão de adiar a votação seguiu o Regimento Interno da Câmara e do Conselho de Ética, que permite ao relator pedir mais prazo quando há apresentação de voto em separado.

“O regimento diz que se o relator precisar de um tempo maior para fazer a complementação [das alegações finais] de acordo com a discussão, ele poderá apresentar na próxima reunião”, afirmou Araújo.

Para a sessão desta quarta, estão previstas as manifestações do relator, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), e da defesa de Cunha. Em seguida, o parecer deve ir a votação.

A nota à imprensa do deputado foi postada em sua conta no Twitter. Veja a íntegra:

“A falta de ética do presidente do Conselho de Ética fez com que ele encerrasse a sessão de hoje, em mais uma das suas manobras, de forma abrupta, antirregimental e autoritária.

Na sua falta de convicção de alcançar o resultado que ele desejava, optou pela manobra espúria de encerrar a sessão, sem amparo no Regimento.
Da mesma forma que ele mente de forma contumaz, me atribuindo manobras inexistentes, quando busco recursos legais visando rever as suas manobras, ele as pratica de forma abusiva, se travestindo de falso moralista em busca da Justiça que, até o momento, ainda não o alcançou.”