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Em decisão, juiz diz que "bandidos estão soltos dando golpe na democracia"

Alvará de soltura do juiz veio com um protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff - Reprodução
Alvará de soltura do juiz veio com um protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff Imagem: Reprodução

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

01/09/2016 14h48

Ao decidir pela soltura de um preso em Belo Horizonte, o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, resolver protestar contra o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Enquanto os bandidos deste País, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na Democracia", escreveu Tomaz em sua decisão. 

UOL entrou em contato com a assessoria da Justiça Federal em Minas Gerais, que informou que o juiz não comentaria o caso, mas confirmou a decisão. De acordo com a assessoria, o juiz que estava de plantão no fim de semana, expediu três alvarás de soltura, entre eles, o de José Cleuto de Oliveira Almeida.

O "protesto" do magistrado aconteceu no sábado (27), às vésperas da votação no Senado Federal que provocou a saída de Dilma da Presidência da República.

O juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz - TSE/Divulgação - TSE/Divulgação
O juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz
Imagem: TSE/Divulgação
Almeida foi solto no domingo (28) de um presídio de Belo Horizonte, após receber alvará de soltura da Justiça Federal, segundo a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Um dia antes, o juiz decidiu soltar Almeida, alegando que “não havia justa causa para a manutenção de sua prisão”.

Ao argumentar sobre sua decisão, o juiz alegou que Almeida “está a ganhar seu pão”, ao contrário de outras pessoas que deveriam estar presas.

“Efetivamente, o custodiado (preso) está a ganhar seu pão, enquanto os bandidos deste País, que deveriam estar presos, estão soltos dando golpe na Democracia”, afirmou Tomaz.