Manifestantes contrários à PEC 241 fazem ato na avenida Paulista
Manifestantes protestaram na noite desta terça-feira (25) na avenida Paulista, região central de São Paulo, contra a PEC 241 (Proposta de Emenda Constitucional), que foi aprovada em segunda votação pelo plenário da Câmara em Brasília. Atos também aconteceram no Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Maceió.
A PEC 241 estabelece um teto para o crescimento das despesas do governo federal. De um lado, a PEC é considerada necessária para reduzir a dívida pública do país e tirá-lo da crise fiscal. Do outro, é vista como muito rígida e criticada por ameaçar direitos sociais ao congelar os gastos de Saúde e Educação. Segundo o texto, o teto será válido por vinte anos a partir de 2017 e consiste no valor gasto no ano anterior corrigido pela inflação acumulada em 12 meses.
Em São Paulo, o protesto reuniu movimentos sociais, sindicatos e coletivos ligados à Frente Povo Sem Medo e à Frente Brasil Popular. Eles partiram do vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiram em passeata até o escritório da Presidência da República, também na avenida Paulista. O trânsito chegou a ser bloqueado nos dois sentidos.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Josué Rocha, criticou a PEC e disse que não houve debate suficiente com a sociedade antes do envio da proposta ao Congresso Nacional.
"Queremos ampliar o diálogo com a população e esclarecer, de fato, o que representa essa PEC. O [presidente da República] Temer, ao fazer essa aprovação a toque de caixa, quer pegar de surpresa a população. Como não é um projeto que traz um impacto imediato para a vida de todos, demora um tempo para que a gente consiga de fato fazer a discussão na sociedade e ampliar as mobilizações”, disse.
“A PEC representa um grande retrocesso e é claro que, assim que a população perceber isso, vai sair às ruas, e a gente ainda tem chance de barrar”, acrescentou.
Também participaram do ato na Paulista a Central dos Movimentos Populares (CMP), a União Juventude Socialista, o Coletivo Rua, a Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Arquibancada Ampla Geral e Irrestrita (Agir), entre outras entidades.
Durante o protesto, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “Fora Temer”, “Trabalhador, preste atenção, são 20 anos sem saúde e educação”, “Para a PEC eu digo não, eu quero investimento em saúde e educação”. O grupo ocupou aproximadamente um quarteirão da avenida Paulista e caminhou sobre quatro das oito faixas da via.
Manifestação no plenário da Câmara
Em Brasília, grupos de manifestantes acompanharam a votação da proposta no plenário da Câmara dos Deputados.
O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou um acordo para que as manifestações não atrapalhassem a votação, mas, com poucos votos para aprovação do texto-base, os manifestantes aumentaram os gritos e Maia pediu a intervenção da polícia legislativa.
Mais cedo, parlamentários contrários à PEC protestaram no plenário da Câmara e entregaram a Maia caixas que simbolizam as mais de 320 mil assinaturas em uma petição online contrária à medida.
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