Esquema de propina de Pimentel movimentou R$ 57 milhões, diz delator
O esquema de propinas ligado ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), movimentou cerca de R$ 57 milhões, no período em que o petista ocupou a pasta do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A denúncia consta da delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, apontado como o operador do esquema, fez à Justiça.
O UOL teve acesso ao documento de delação, que teve o sigilo quebrado na semana passada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
De acordo com a delação de Bené, quase metade (49% --ou R$ 28 milhões) das propinas que somaram R$ 57 milhões foi paga por três empresas: Odebrecht (R$ 15 milhões), Caoa (R$ 10 milhões) e OAS (R$ 3 milhões).
Pimentel é investigado na operação Acrônimo, que acusa o petista de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no período em que esteve à frente do Ministério do Desenvolvimento Econômico. De acordo com a delação de Bené, o petista teria transformado a pasta em um balcão de negócios durante sua gestão.
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, afirmou nesta segunda-feira (28) que as denúncias de Bené são difamações produzidas para tentar evitar a sua prisão. "Você não acha uma fantasia absurda esses valores?", indagou.
"Não iremos antecipar nossa defesa de mérito. Acho que o Benedito cometeu tais crimes e está se livrando deles na delação", afirmou Pacelli. Segundo o advogado, "a colaboração desse cidadão é um conjunto de difamações produzidas unicamente para se salvar do cárcere".
Semana passada, comentando as denúncias de Bené, Pacelli afirmou que "as delações são um negocio da China, para brasileiros encarcerados".
A Odebrecht e a OAS informaram que não iriam comentar as denúncias de Bené. Procurada pela reportagem, Caoa não se manifestou.
Autorização dos deputados estaduais para processo
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com 77 deputados estaduais, discute a solicitação feita pelo STJ para prosseguimento do processo contra Pimentel, no âmbito da Operação Acrônimo.
A tramitação, porém, foi suspensa até 2 de dezembro, por determinação também da Corte, para que os deputados estaduais possam estudar melhor o caso.
Caso seja feita a autorização, situação mais improvável já que o petista tem ampla maioria na Casa, Pimentel se tornaria réu e teria de deixar o governo de Minas Gerais por 180 dias.
Para evitar o processo na Corte, basta que o petista tenha 26 (1/3) deputados favoráveis. Para a autorização ser concedida pelos parlamentares mineiros são necessários 52 (2/3) votos.
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