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Fies no IDP cresce, mas segue abaixo da média do mercado

Do UOL

Em São Paulo

04/04/2017 17h54

O aumento nos repasses do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) para o IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), que passaram de R$ 75 mil em 2014 para R$ 1,4 milhão em 2016, deveu-se ao fato da adesão da instituição ao fundo de financiamento e está dentro da normalidade para a quantidade de alunos inscritos no programa. O IDP tem 11% de seus alunos inscritos no Fies (108 de um total de 926 alunos), percentual que fica abaixo da média de várias outras instituições privadas de ensino superior.

O secretário-executivo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), Sólon Caldas, afirmou que o percentual de 20% é considerado um limite razoável para a proporção de alunos matriculados pelo Fies em uma faculdade.  "É um percentual máximo que não compromete a saúde da financeira da instituição caso haja atrasos nos repasses por parte do governo, como já aconteceu em ocasiões anteriores."

Reportagem publicada pelo UOL no último sábado (1º) destacou o fato de que os repasses ao IDP, instituição que tem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes entre seus sócios, cresceram 1.766%, sem levar em conta que a instituição aderiu ao Fies há dois anos. Ao comparar o percentual ao volume de crescimento de outras faculdades que estão há mais tempo inscritas no programa, a reportagem permitiu a interpretação de que poderia ter havido algum tipo de favorecimento ao IDP, o que não se verificou, conforme evidenciou apuração complementar da reportagem nesta segunda (3).

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitas. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação.

Em 2014, o Fies movimentou R$ 13,7 bilhões. Em 2016, esse valor foi de R$ 19,2 bilhões.

O grupo Anhanguera Educacional, um dos maiores participantes do programa, viu seus repasses aumentarem 13% entre 2014 e 2016. De 2015 para o ano seguinte, o número de alunos matriculados com contratos do Fies caiu 20% e hoje é de 21,8% da base total.

A Uninove, por sua vez, viu seus repasses do Fies aumentarem 401%, saindo de R$ 16 milhões em 2014 para R$ 80,3 milhões.

Já a Unip registrou um aumento de 55% nos repasses do Fies entre 2014 e 2016. Saiu de R$ 390,2 milhões para R$ 606 milhões.

O Grupo Estácio de Sá registrou um aumento de 55% nos repasses do Fies, saindo de R$ 309 milhões para R$ 481 milhões entre 2014 e 2016.

Os alunos que têm suas inscrições aceitas podem ter até 100% do seu curso pago pelo governo, que repassa esses recursos diretamente para as instituições de ensino. Os beneficiários e beneficiárias do programa têm um prazo de carência após o final do curso para começarem a reembolsar o governo.