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Temer definirá novos ministros da Cultura e da Transparência após viagem ao exterior

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

15/06/2017 04h00

O presidente da República, Michel Temer, definirá os nomes dos novos ministros da Cultura e da Transparência somente depois de voltar da viagem que fará à Rússia e à Noruega. O presidente embarca na segunda-feira (19) pela manhã e retorna ao Brasil na sexta (23).

O Ministério da Cultura está com o cargo vago desde 18 de maio, quando o então titular Roberto Freire pediu demissão. Freire é presidente do PPS, partido que decidiu desembarcar da base aliada dias após a revelação da delação premiada de executivos da JBS ao MP (Ministério Público), que desencadeou uma crise política no país.

O ministro da Cultura, Roberto Freire - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
O ex-ministro da Cultura, Roberto Freire
Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Já o Ministério da Transparência está sem ministro desde que Torquato Jardim foi transferido para a pasta da Justiça em 31 de maio e Osmar Serraglio se recusou a trocar de lugar com ele. Desde então, ambos os ministérios estão sendo comandados interinamente pelos secretários-executivos João Batista de Andrade e Wagner Rosário, respectivamente.

Preferência por nomes da área

Segundo apurou o UOL, há uma preferência por nomes técnicos para os dois ministérios. Isso porque, teoricamente, ambas são pastas mais especializadas e com maior sensibilidade quanto ao currículo do escolhido. A Cultura por sofrer forte influência da classe artística, e a da Transparência por ser um ministério diretamente ligado ao combate à corrupção.

“Haverá muita repercussão na sociedade quanto aos nomes escolhidos. Tem de ser pensado com calma. Não dá para colocar qualquer um”, afirmou um assessor do Planalto.

Embora seja política, mas por ter boa circulação no meio artístico, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) foi convidada para assumir o Ministério da Cultura. Ela teria recusado o convite por ter pretensões ao governo paulista em 2018. Se aceitasse, ficaria no cargo somente até abril por ter de se licenciar para as eleições.

2.jun.2016 - O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, toma posse durante cerimônia no Palácio do Planalto - Alan Marques/Folhapress - 2.jun.2016 - Alan Marques/Folhapress - 2.jun.2016
O ex-ministro da Transparência, Torquato Jardim, atualmente na Justiça
Imagem: Alan Marques/Folhapress - 2.jun.2016

Enquanto não resolve a questão, Temer mantém os dois ministérios como “cartas na manga” se precisar utilizá-los na articulação política. A prioridade, porém, é resolver o nome para a Cultura. Na avaliação do Planalto, o atual interino, secretário-executivo João Batista de Andrade, está “fritado”.

Suposto desinteresse da bancada de MG

Antes da definição de Serraglio para o Ministério da Justiça, em fevereiro deste ano, a bancada do PMDB de Minas Gerais na Câmara pleiteava um espaço na Esplanada dos Ministérios por não ter ninguém do Estado no comando de ministérios. A vontade agora, afirmam integrantes da bancada, diminuiu.

“Hoje a bancada de Minas Gerais não tem nenhuma pretensão ministerial. Nossa prioridade são os assuntos ligados a Minas mesmo”, disse o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) ao UOL.

No entanto, outro membro da bancada, sob a condição de anonimato, informou que o suposto desinteresse ocorre pelo fato de os dois ministérios não darem tanto “retorno” à base eleitoral.

“São pastas que, por meio delas, não dá para atender as bases. É muito diferente do Ministério da Justiça. O escolhido deve ter um perfil mais técnico”, falou.