Temer pede acesso a relatório parcial da PF em inquérito no Supremo
O presidente Michel Temer (PMDB) pediu nesta terça-feira (20) acesso ao relatório parcial da Polícia Federal apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal) no inquérito que investiga o presidente pelos crimes de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa.
O documento foi apresentado pela Polícia Federal nesta segunda-feira (19) ao relator da investigação no Supremo, ministro Edson Fachin, pedindo mais prazo para que a investigação seja concluída.
A polícia concluiu que foi cometido o crime de corrupção. Segundo o relatório parcial, liberado pelo Supremo nesta terça, Temer cometeu prática de corrupção passiva "em face de, valendo-se da interposição de Rodrigo da Rocha Loures, ter aceitado promessa de vantagem indevida, em razão da função".
Temer passou a ser investigado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) a partir das delações da JBS.
Joesley gravou uma conversa com o presidente durante encontro no Palácio do Jaburu, em março, na qual Temer aparenta indicar o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) como interlocutor de Batista com o governo.
Posteriormente, Loures foi flagrado numa operação da Polícia Federal recebendo R$ 500 mil de um executivo da JBS. A PGR suspeita que o dinheiro se trata de propina para que o governo atendesse interesses da JBS.
O ministro Edson Fachin determinou que o INC (Instituto Nacional de Criminalística), ligado à Polícia Federal, realize uma perícia na gravação e no aparelho usado para registrar a conversa.
Após a entrega do relatório final do inquérito pela PF, a PGR terá cinco dias para concluir sua análise do inquérito e decidir se apresenta denúncia contra o presidente.
Para virar réu, o que o afastaria do cargo, é preciso antes que o processo seja autorizado pela Câmara, pelo voto de 342 dos 513 deputados, e em seguida pela maioria dos 11 ministros do STF.
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