Topo

Temer diz estar "animadíssimo": "essas coisas que acontecem me vitalizam"

26.jun.2017 - O presidente Michel Temer  - Evaristo Sá/AFP
26.jun.2017 - O presidente Michel Temer Imagem: Evaristo Sá/AFP

Luciana Amaral e Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

03/07/2017 19h01Atualizada em 03/07/2017 19h23

O presidente da República, Michel Temer, declarou nesta segunda-feira (3) que “essas coisas que acontecem me vitalizam” ao se referir à grave crise política instalada no país desde a delação do grupo J&F ao MPF (Ministério Público Federal). No entanto, Temer não citou um episódio específico. A declaração foi dada ao programa "O É da coisa", do jornalista Reinaldo Azevedo, na rádio BandNews.

Segundo o presidente Michel Temer, que ligou para a emissora espontaneamente, notícias de que ele e sua família estariam abatidos são falsas. Ao contrário, está “animadíssimo”, disse. De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo", Temer teria demonstrado abatimento a amigos próximos.

“[A semana foi passada] foi boa, viu? E você sabe que eu estou animadíssimo. Aliás, essas coisas, e já tive a oportunidade de dizer, penso que até no seu programa, que essas coisas que acontecem me vitalizam”, declarou.

“Até pensei, nós temos um cachorro lá [no Jaburu], será que o cachorro também está abatido? É uma coisa realmente irreal”, complementou, ironicamente, antes de citar o andamento das reformas propostas pelo governo no Congresso e a melhora de dados econômicos.

Durante a entrevista, o jornalista Reinaldo Azevedo optou por não questionar Temer sobre a prisão do ex-ministro de seu governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), anunciando a decisão já com o presidente no ar.

A prisão de Geddel ocorre no momento em que a PGR (Procuradoria-Geral da República) estuda a apresentação de uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer por supostamente ter dado aval à compra do silêncio de Cunha.

O presidente disse ter confiança que a base do governo na Câmara na estará ao seu lado na votação do pedido de autorização da denúncia pelo crime de corrupção passiva, apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que começa a tramitar esta semana na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

"Eu estarei muito obediente àquilo que a Câmara dos Deputados decidir. Mas eu dou um dado interesse para você: há cerca de 363 indecisos. Sabe que os indecisos são aqueles que vão dar o seu voto no último momento. Os que são contra dizem logo que são contra", declarou.

"Então eu tenho logo a esperança no sentido de quase certeza, digamos assim, absoluta, de que nós vamos ter sucesso na Câmara dos Deputados", completou, dizendo que ao examinar "a tal da denúncia se vê logo a sua inépcia", fragilidade e inconsistência.

A defesa a ser apresentada por seus advogados, segundo Temer, será constituída de "meras explicações".

"O Brasil não para, o Brasil continua, e nós temos certeza daquilo que estamos fazendo, não só no plano governamental, como naturalmente no plano ético e no plano moral", concluiu Temer.

Alguns dos indicadores econômicos citados por Temer como positivos são a queda da inflação, o aumento de 5,5% nas vendas das fábricas brasileiras em maio, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o melhor resultado histórico para o mês de junho na série histórica do comércio exterior. De acordo com o presidente, as exportações cresceram quase 24% no mês passado quando comparado com junho do ano passado.

Temer: primeiro presidente denunciado durante exercício de mandato

UOL Notícias