Juiz manda investigação sobre "tesouro" atribuído a Geddel para o STF
O juiz federal Vallisney de Oliveira autorizou o envio ao STF (Supremo Tribunal Federal) das investigações sobre o apartamento onde foram encontrados R$ 51 milhões em Salvador, na semana passada. A decisão atende a um pedido feito pela Polícia Federal que diz ter encontrado indícios da possível participação do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) no crime de lavagem de dinheiro.
Na última terça-feira (5), a PF encontrou R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador que, segundo o empresário Silvio Silveira, teria sido emprestado ao ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
A apreensão fez parte da Operação Cui Bonno?, que investiga um esquema de pagamento de propina por parte de empresários a agentes públicos em troca de facilitação na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Geddel Vieira Lima, que foi vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), é apontado pelas investigações como um dos políticos que receberam propina do esquema. O ex-ministro, no entanto, nega as acusações.
Segundo a Polícia Federal, fragmentos de impressões digitais de Geddel foram encontradas em algumas das cédulas localizadas no apartamento em Salvador. Além disso, a PF também encontrou uma fatura pertencente a Marinalva Teixeira de Jesus, que, de acordo com a polícia, seria empregada de Lúcio Vieira Lima.
Após a apreensão, Geddel foi preso novamente (ele cumpria prisão domiciliar), desta vez, em regime fechado. O ex-ministro está detido em Brasília.
Segundo a PF, como Lúcio Vieira Lima é deputado federal e tem foro privilegiado, as investigações sobre a possível participação do deputado no episódio dos R$ 51 milhões têm de ser conduzidas junto ao STF.
Em sua decisão, Vallisney diz que diante da “existência de sinais de provas capazes de levá-lo a eventual indiciamento no delito de lavagem de dinheiro”, o caso deve ser encaminhado ao STF para que as investigações prossigam.
A reportagem do UOL ainda não conseguiu contato com a defesa de Lúcio Vieira Lima para comentar a decisão da Justiça Federal.
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