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Em semana de reveses, ministro Picciani não aparece em evento público desde segunda

Picciani (último à direita) com o presidente da República, Michel Temer, autoridades e alunos de centro de Educação Física no Rio de Janeiro na segunda (13) - Marcos Corrêa/PR
Picciani (último à direita) com o presidente da República, Michel Temer, autoridades e alunos de centro de Educação Física no Rio de Janeiro na segunda (13) Imagem: Marcos Corrêa/PR

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

17/11/2017 17h32

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB), não apareceu em um evento público desde segunda-feira (13). No dia seguinte, terça (14), a Polícia Federal no Rio de Janeiro deflagrou a Operação Cadeia Velha, que prendeu um de seus irmãos, Felipe Picciani, e levou o pai, o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) Jorge Picciani (PMDB), para depor coercitivamente.

Jorge Picciani chegou a ser preso, mas, por 39 votos a favor e 19 contra, a Alerj decidiu nesta sexta (17) soltar o parlamentar e outros dois deputados estaduais do PMDB no Rio investigados por corrupção. Eles são suspeitos de usar da presidência e outros postos da Assembleia para a prática de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na segunda-feira pela manhã, Leonardo Picciani participou de evento para lançar um programa emergencial de ações sociais na cidade do Rio. O ministro esteve acompanhado do presidente da República, Michel Temer (PMDB), do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), do prefeito da cidade, Marcelo Crivella (PRB), e de seis outros ministros.

Na terça, dia da operação que atingiu sua família, o ministro do Esporte ia participar de uma entrevista coletiva do COB (Comitê Olímpico do Brasil) para a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta da entidade no Parque Aquático Maria Lenk. No entanto, a agenda foi cancelada.

Como quarta-feira (15) foi feriado em memória à Proclamação da República, não houve compromissos oficiais. Já nesta quinta (16) e sexta, a agenda de Picciani foi formada somente por despachos internos, informou o Ministério do Esporte.

Ainda na quinta, foi revelado que o marqueteiro do PMDB Renato Pereira afirmou em delação premiada que Leonardo Picciani teria direcionado licitação de publicidade do ministério para a agência do publicitário – Prole Propaganda – em 2016. Em nota, o ministro nega qualquer irregularidade e diz que o delator "mente".

Embora estivesse na capital federal na quinta, Picciani preferiu não participar da cerimônia de abertura dos Jogos Escolares da Juventude Brasília 2017, que conta com o apoio do ministério e do COB para a sua realização. O evento é considerado a maior competição entre estudantes no país e um funil para encontrar novos talentos entre 15 e 17 anos.

As informações sobre sua agenda de terça-feira em diante não constavam no portal da pasta, como recomenda o Ministério da Transparência em relação aos compromissos de autoridades até a última atualização desta reportagem. A expectativa é que o ministro passe o final de semana no Rio de Janeiro.