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Bolsonaro reconhece inexperiência em articulação, mas diz que Onyx fica

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

21/06/2019 11h17

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu na manhã de hoje que o governo cometeu erros na articulação política com o Congresso Nacional por inexperiência, mas o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), um dos principais responsáveis pela área que foi transferida para a Secretaria de Governo, continua "até sua saúde assim o permitir".

"Ele vai continuar conosco aí até sua saúde assim o permitir. [...] Inexperiência nossa. Tivemos algumas mudanças nas funções de cada um, que não deu certo. Em grande parte, retornamos ao que era feito no governo anterior", disse o presidente.

Nesta semana, ele divulgou mudanças nas funções de ministérios importantes e uma delas foi a ida da articulação política da Casa Civil para a Secretaria de Governo. Na última quinta, o general Luiz Eduardo Ramos assumiu a Secretaria de Governo no lugar do general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Bolsonaro afirmou que, ao seu entender, Onyx está "fortalecido" apesar das mudanças e não há ministro "fraco ou forte" no governo, pois "todo mundo tem de jogar junto".

Todo mundo diz, e é verdade, que tem três ministérios aqui dentro que são fusíveis. Para evitar queimar o presidente, eles se queimam. A função do Onyx é a mais complicada que tem aqui
Jair Bolsonaro, em pronunciamento hoje de manhã no Palácio do Planalto

Questionado sobre o motivo pelo qual citou a saúde de Onyx, o presidente relatou que o ministro estava com febre alta há alguns dias e citou que as ministras Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura) também ficaram doentes nas últimas semanas.

Hoje Onyx tem como agenda oficial visita ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, na Cidade de Goiás para discutir questões relativas à saúde pública, ao turismo e ao desenvolvimento da região Centro-Oeste.

Além da mudança na articulação política e da saída de Santos Cruz, Bolsonaro também retirou Floriano Peixoto da pasta da Secretaria-Geral e o colocou na presidência dos Correios. Jorge Francisco de Oliveira, advogado e major da Polícia Militar do Distrito Federal, foi anunciado na manhã de hoje como o substituto de Peixoto no ministério.

A troca foi divulgada em um pronunciamento inédito de Bolsonaro neste tipo de situação. O então ministro da Secretaria-Geral, general Floriano Peixoto, é o quarto ministro a ser exonerado, após Santos Cruz, Ricardo Vélez (Educação) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral).

Para explicar as trocas recentes, Bolsonaro usou como exemplo um bom jogador de vôlei que, por ser alto, poderia ser transferido para um time de basquete. No entanto, disse o presidente, este jogador não se sairia tão bem no novo esporte.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.