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Bolsonaro critica união de Maia e PT em apoio a Baleia: 'Jogo de poder'

Do UOL, em São Paulo

08/01/2021 16h42Atualizada em 08/01/2021 17h10

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou hoje a união entre Rodrigo Maia (DEM-RJ) e deputados do PT em apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara. Bolsonaro citou o voto favorável de Maia ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, e caracterizou a suposta mudança de lado do deputado como um "jogo de poder".

"O Rodrigo Maia, quando votou pela cassação da Dilma, deu um voto criticando o PT por perseguir o pai dele [Cesar Maia (DEM), hoje vereador], que era prefeito do Rio. Deu um voto firme, objetivo, apontando que o PT era a maior desgraça do mundo. Hoje está junto com o PT nas eleições para a presidência da Câmara", disse o presidente em conversa com apoiadores, transmitida pelo canal "Foco do Brasil".

Pelo poder, água e óleo se misturam. Se bem que ali eu acho que não é água e óleo, não. [Maia e PT] São duas coisas muito parecidas. Jair Bolsonaro, sobre bloco de apoio à Baleia Rossi

No voto a que Bolsonaro se referiu, em 17 de abril de 2016, Maia realmente cita o pai, que, segundo ele, foi "atropelado" pelo governo do PT no Rio. Antes de votar favoravelmente ao impeachment, o deputado ainda disse que o partido "rasga a Constituição".

"Senhor presidente [da Câmara], o senhor entra para a história hoje", disse, dirigindo-se ao ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), hoje preso. "[Voto] Pela minha família, mas principalmente pelo meu pai, que foi, enquanto prefeito do Rio, atropelado pelo governo do PT. O PT rasga a Constituição no Rio e rasga a Constituição aqui. O meu voto é sim!."

O UOL entrou em contato com a assessoria de Maia para pedir um posicionamento do deputado sobre as críticas de Bolsonaro e aguarda retorno.

Ausência de lideranças

Antes de criticar Maia, Bolsonaro fez um rápido comentário sobre a eleição presidencial de 2022. Ele disse ter certeza que entregará o Brasil "melhor do que recebeu", sem confirmar se vai tentar a reeleição, e cobrou o surgimento de novas lideranças.

"Se você botar na mesa o nome dos candidatos... Pode até botar meu nome, se quiser. Você não vai fugir de um nome apenas. Se esse cara sair de combate, você não tem uma nova liderança aparecendo. Por incrível que pareça, as pessoas que poderiam estar nos ajudando batem exatamente nesse nome, que é a única opção", afirmou, sem especificar de quem estava falando.