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CPI da covid: Senador pede 2º depoimento de Queiroga após tom 'lacônico'

Senador Humberto Costa (PT) protocola pedido de nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para CPI da Covid - Pedro França/Agência Senado
Senador Humberto Costa (PT) protocola pedido de nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para CPI da Covid Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

10/05/2021 20h10Atualizada em 10/05/2021 22h13

O senador Humberto Costa (PT-PE) protocolou hoje pedido para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, preste um novo depoimento na CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo federal durante a pandemia do coronavírus.

Na solicitação, o senador observa que Queiroga foi ouvido em 6 de maio, mas "seu depoimento foi lacônico em muitos aspectos, inclusive e sobretudo por que alegou estar há poucos dias na condição de Ministro da Saúde".

Humberto Costa também diz que o primeiro depoimento do ministro foi "contraditório em diversos aspectos".

"Um deles diz respeito à afirmação de que, na gestão dele, não há promoção do uso da hidroxocloriquina para tratamento da covid. Todavia, o ministro, até o presente momento, não revogou a Portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação para este fim, mesmo sabendo-se que a medicação não possui eficácia para tal fim, consoante informam a OMS e diversos órgãos técnicos de saúde".

O senador também criticou a "estratégia" do governo Bolsonaro e de sua base aliada "para desviar o foco de investigação da CPI para a atuação dos estados, DF e municípios".

O senador diz ainda que Queiroga não trouxe ao conhecimento da CPI o fato de que o Ministério da Saúde editou uma portaria sobre procedimentos de cobrança administrativa e de instauração de tomada de contas especial para recomposição do erário.

"Nesse contexto, a edição da portaria pode representar uma ação coordenada do Ministério da Saúde de ameaça aos entes subnacionais. A motivação do ato, portanto, não é legítima".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.