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Randolfe pode chamar Queiroga de novo: 'respostas não foram satisfatórias'

Marcelo Queiroga desagradou alguns senadores na CPI, na semana passada - Pedro França/Agência Senado
Marcelo Queiroga desagradou alguns senadores na CPI, na semana passada Imagem: Pedro França/Agência Senado

Colaboração para o UOL

10/05/2021 13h46

Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede) disse que o atual Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pode ser convocado novamente para prestar depoimento na comissão. Ele foi ao Congresso na semana passada, mas não deu respostas satisfatórias, segundo o senador.

"As respostas dele não foram satisfatórias ao meu sentimento e nem para a maioria dos membros da CPI. Vamos aguardar as dinâmicas. Os fatos podem apontar para um novo depoimento do Ministro. Há elementos que fortalecem a possibilidade de reconvocação. Mas vamos concluir o mês de maio. Temos agenda prevista até última semana de maio. Vamos ver os desdobramentos", disse Randolfe, em entrevista à CNN Brasil.

Sobre os próximos depoimentos já confirmados na CPI da Covid, Randolfe indicou que a negociação, aquisição e aprovação de vacinas contra covid-19 serão os principais temas discutidos a partir de agora. A primeira participação será de Antonio Barra Torres, diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Randolfe quer investigar uma possível intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na agência, que precisa ser independente.

"É importante perguntar se há algum tipo de interferência política do presidente sobre vacinas. Poderíamos ter tido mais celeridade no processo de aquisição de vacinas? O que emperra o registro da vacina Sputnik? Tem algum tipo de decisão política, pelo Consórcio Nordeste, com opositores ao governo federal, ter adquirido essas vacinas?", questionou Randolfe.

Na quarta-feira, a CPI vai receber Fábio Wajngarten, ex-Secretário de Comunicação do governo federal. "O próprio Wajngarten chegou a relatar para mim que defendia vacinas e que, por ele, o Ministério da Saúde devia ter adquirido vacina há muito mais tempo. É muito importante esse depoimento para contrastar com depoimento da Pfizer na quinta", afirmou Randolfe, lembrando que na quinta-feira será ouvido o presidente da Pfizer, Carlos Murillo.

Na quarta-feira da semana que vem (19), a expectativa é que Eduardo Pazuello, ex-Ministro da Saúde, participe da CPI da Covid. Randolfe não acredita que ele conseguirá fazer uma manobra para ser ouvido como investigado - com isso ele poderia ficar em silêncio. Randolfe disse que Pazuello terá que falar como testemunha e precisa honrar a obrigatoriedade de falar a verdade, como todos depoentes fazem, sob pena de detenção.

"Na qualidade de testemunha, ele tem que falar a verdade. E se descumprir, responderá com detenção. É isso que diz a letra clara do Código Penal. Mesmo que Pazuello busque habeas corpus, não acredito que será concedido", decretou Randolfe.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.