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Vendendor da Davati diz que Dominghetti foi induzido a divulgar áudio

Do UOL, em São Paulo

15/07/2021 12h40Atualizada em 15/07/2021 18h01

O representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, disse hoje que Luiz Paulo Dominghetti foi mal orientado ou induzido a divulgar áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid. Segundo Dominghetti, o parlamentar estaria "tentando negociar vacina" em nome do governo federal —na semana anterior, Miranda disse à imprensa que alertou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de irregularidades no contrato de compra da vacina Covaxin.

"Eu acredito que ele foi ingênuo no trato com a reprodução do áudio. Acho que ele sequer escutou o áudio até o fim para formar juízo dele. Acredito que ele não fez de má-fé. Pelo pouco que eu conheço, não faz parte do caráter dele. É uma pessoa correta. Acredito que ele foi mal orientado ou induzido por alguém que não fui eu", afirmou na CPI da Covid.

Carvalho ressaltou que em nenhum momento pediu que Dominghetti divulgasse aquele áudio. "Inclusive fiquei muito chateado em expor o deputado que não tinha nada a ver com isso".

Ao divulgar o áudio na CPI, Dominghetti disse que havia tido acesso ao conteúdo dias antes por meio de Cristiano Carvalho. Alegou ainda que só mostrou a gravação porque "não poderia faltar com a verdade" quando lhe perguntaram quem teria tentado negociar vacinas em nome da Davati. Foi ele mesmo, porém, quem levantou a suspeita, sem citar o nome de Miranda, o que levou o senador Humberto Costa (PT-PE) a perguntar de quem se tratava.

Luis Miranda, que estava no Congresso, invadiu furioso a sala da comissão para tirar satisfações com o vendedor da Davati. Em seguida, afirmou que o áudio tratava da venda de luvas cirúrgicas e registrou em cartório uma transcrição do material, para reforçar sua versão.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.