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Lula acusa Bolsonaro e Moro de fascismo em entrevista para jornal argentino

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso na véspera do 7 de Setembro - Reprodução
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso na véspera do 7 de Setembro Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Brasília

10/12/2021 12h00

Em entrevista para o jornal argentino Página 12, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou "os dois que estão competindo" com ele, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de Lula e Bolsonaro não terem confirmado pré-candidatura para as eleições de 2022, o tom do petista foi de rivalidade.

"São dois personagens muito comprometidos com a extrema-direita e, no caso de Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz, ele ousou mentir em um julgamento para me condenar e me levar à prisão para impedir que eu fosse eleito presidente em 2018", afirmou Lula.

"Diria que eles são dois extremistas, Bolsonaro é um fascista e Moro é um neofascista; ambos vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo", completou. O UOL entrou em contato com as assessorias do presidente e do ex-juiz e aguarda resposta.

Segundo o petista, os dois vão "lutar entre si para ver quem vai para o segundo round com o PT", em um possível segundo turno das eleições do ano que vem para a Presidência da República.

Não sei se é percebido na Argentina, mas aqui sou a pessoa mais censurada do planeta Terra. Qualquer candidato além do PT, que tem 1% nas pesquisas, aparece mais na televisão do que Lula, que tem 46% ou 47% dos votos".

Rejeição de Bolsonaro

Com a rejeição de Bolsonaro subindo no Brasil, Lula descartou a possibilidade de não ser reconhecido como presidente caso vença as eleições de 2022.

"O que vai acontecer no Brasil é um golpe democrático: uma grande maioria do povo brasileiro rejeitará Bolsonaro e elegerá um candidato progressista. Espero que seja eu. O povo brasileiro se lembra de nosso legado. Estou convencido de que vamos vencer", afirmou.

Casamento

Viúvo desde 2017, Lula ressaltou ter planos de se casar com a noiva Janja, apelido da socióloga Rosângela da Silva, no ano que vem.

"Não é porque ela queira. Preciso me casar, tenho um compromisso com ela e espero que seja antes das eleições", falou.

A entrevista do Página 12 foi feita em São Paulo, no Instituto Lula, mas replicada hoje nas redes sociais do jornal, enquanto Lula está na Argentina para receber o Prêmio Azucena Villaflor, cedido para defensores de direitos humanos.

O jornal argentino tratou o petista como "pré-candidato" ao governo brasileiro e destacou que ele é "o candidato presidencial favorito para as eleições de outubro", segundo pesquisas de intenção de votos.