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Risco de covid é ainda maior que na Páscoa passada, alerta infectologista

Movimento Hospital de Campanha do AME localizado em Heliópolis, na zona sul da cidade de São Paulo - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimento Hospital de Campanha do AME localizado em Heliópolis, na zona sul da cidade de São Paulo Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

03/04/2021 15h17

O infectologista Carlos Starling alertou na tarde de hoje (3) para os riscos de famílias se reunirem no feriado de Páscoa em meio ao agravamento da covid-19 no Brasil.

"Estamos no momento da pandemia que as variantes que estão circulando têm uma transmissibilidade maior, passam de uma pessoa mais fácil do que a cepa que convivemos na Páscoa passada", explicou o médico, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e conselheiro científico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), em entrevista à Globonews.

Starling observou que com a maior circulação de pessoas, a dispersão do vírus também aumenta. A situação se agrava em ambientes fechados em que as pessoas estão mais próximas.

"Por isso o risco é ainda maior e sem manter distanciamento e uso de máscaras é ainda pior. Se as pessoas se encontrarem, que o façam em ambiente aberto", acrescentou.

O infectologista mencionou discussões semelhantes sobre os riscos de encontros em outros feriados, como Natal, Réveillon e Carnaval.

"As consequências foram trágicas em janeiro, fevereiro e agora. O que estamos vivendo agora ainda é reflexo do que fizemos semanas atrás, do comportamento de pessoas algumas semanas atrás. O que fizermos agora vai refletir nas três a quatro semanas seguintes. Por isso estamos preocupados com abril", disse.

Se março foi muito ruim, abril pode ser pior ainda caso as pessoas não respeitem as regras básicas de controle da pandemia
Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e conselheiro cientifico da SBI

Ele também alertou que uma pessoa infectada pode transmitir o vírus entre 48 e 72 horas antes de começar a apresentar os sintomas.

"Até 48h antes e em alguns estudos, até 72h antes o indivíduo começa a transmitir o vírus. 61% das contaminações, e vários estudos comprovam isso, são feitas por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas. Ou seja: o indivíduo não sabe que tem a doença e acaba transmitindo. É o grande risco da doença, que pode ser transmitida por pessoas que não sabem que estão infectadas", concluiu.