Bolsonaro critica governadores e fala em resistência de prefeitos a medidas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar governadores na manhã de hoje, dizendo que muitos "prefeitos não concordam com a política radical do fecha tudo" e que, no final, cabe à administração municipal adotar as medidas restritivas "que valem".
Ele deu a declaração enquanto tomava sopa ao lado do ministro da Defesa, Braga Netto, em uma visita à Associação Beneficente Cristã Casa de Maria - Beth Myriam, em Itapoã (DF).
Bolsonaro não citou casos específicos e disse que chegou à conclusão sobre a opinião das prefeituras de acordo com informações que recebeu, sem citar a fonte. Com a declaração, o presidente coloca em oposição governos estaduais e prefeituras, que em muitos casos têm trabalhado em conjunto nas medidas restritivas contra a pandemia.
Vale lembrar que, no início da pandemia, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que União, estados e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações contra a pandemia, o que indica um caminho de cooperação.
Bolsonaro voltou a dizer que governadores "receberam bilhões" e que alguns deles não "aplicaram devidamente esse recurso na Saúde". Na sequência, disse que "grande parte dos prefeitos quer uma mudança nessa política", sem citar nomes.
"Essa política está nas mãos do presidente, que é contra o fecha tudo, e vai pros governadores, alguns deles fecham tudo e os prefeitos são obrigados a cumprir. Tem prefeito que não está mais acolhendo esse tipo de ordem", afirmou.
Na sequência, ele citou características diferentes de regiões do Brasil para falar que prefeitos também têm poder sobre medidas restritivas.
"O que vale no final da linha são as medidas restritivas impostas por prefeitos e que grande parte dos prefeitos, pelas informações que nós temos, não concorda com a política radical do fecha tudo", disse.
Apesar de Bolsonaro frequentemente citar a "política do fecha tudo", poucas cidades e estados brasileiros, de fato, impuseram lockdown, com controle mais severo de circulação.
Epidemiologistas recomendam lockdown em momento críticos da pandemia, como o que o Brasil enfrenta, com mais de 3 mil mortes em média por dia e alto índice de contaminação.
Como exemplo, Araraquara, no interior paulista, estava com o sistema colapsado no início de março, quando instituiu um lockdown rígido. Quase trinta dias depois, sua região viu a redução de óbitos em 37% e a cidade chegou a zerar o número de mortes em 24 h na última sexta-feira (26).
'Guerra não é política"
Bolsonaro ainda afirmou que apoia "medidas protetivas", sem especificar ao que se referia, mas disse que "tudo tem um limite".
"A guerra, da minha parte, não é política. É uma guerra que, realmente, tem a ver com o futuro de uma nação. Não podemos esquecer a questão do emprego. O vírus, o pessoal sabe que estamos combatendo com vacinações. Apoiamos medidas protetivas, agora, tudo tem um limite", disse.
Bolsonaro não comentou sobre a possibilidade de se vacinar hoje, dia que o Distrito Federal abriu a vacinação para pessoas na faixa etária do presidente, que tem 66 anos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.