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SP tem usado medicamentos alternativos para intubação, diz Gorinchteyn

Secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que o estado está apostando em medicações alternativas - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que o estado está apostando em medicações alternativas Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

15/04/2021 11h27Atualizada em 15/04/2021 13h55

Com a falta de analgésicos e sedativos que integram o "kit intubação", o estado de São Paulo tem utilizado medicamentos alternativos para garantir que os pacientes da covid-19 sejam submetidos ao procedimento de forma "humanizada". A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, em entrevista à GloboNews na manhã de hoje.

"Temos feito apoios com associação de medicina. Foram feitos protocolos para que cada um dos grupos de medicações pudessem ser substituídos por medicamentos que temos no nosso estoque, para assistir de forma qualificada e humana esses pacientes. Isso é algo imperioso na humanização e qualidade do atendimento desses pacientes", alegou.

Gorinchteyn disse ainda que a secretaria está há 40 dias enviando ofícios para o Ministério da Saúde pedindo ajuda e apoio para distribuir o "kit intubação". De acordo com o secretário, foram encaminhados nove ofícios ao Ministério, mas até o momento não houve nenhuma resposta formal aos pedidos feitos por São Paulo.

"Se o governo federal retém parte das medicações e, por outro lado, não fornece nossas necessidades, isso impacta as unidades estaduais, mas principalmente municípios, que acabam com estoques muito menores. Temos feito diariamente rearranjos de distribuições, para várias cidades todos os dias, evitando colapso", disse Gorinchteyn para GloboNews.

Ao ser questionado sobre a previsão de entrega dos insumos pelo Ministério da Saúde, o secretário informou que a expectativa é que hoje cheguem 2,3 mil doses de cinco produtos elegíveis do "kit intubação". O número poderia atender a demanda atual de São Paulo, mas o quantitativo deverá ser distribuído entre os estados do país, que também precisam dos insumos.

"Fizemos contatos informais que reiteram que hoje chegaram 2,3 mil doses. Mas, para que nós possamos ter fôlego, precisamos receber esse quantitativo de forma plena, total. Mas não é o que vai acontecer, visto a criticidade do momento. Vamos receber um percentual, assim como outros estados".

Extubação sem analgésico é "momento doloroso"

A cardiologista Ludhmila Hajjar fez um alerta hoje, em entrevista à GloboNews, sobre os impactos da falta dos medicamentos que integram o "kit intubação".

Segundo a médica, a extubação — procedimento que retira um tubo que ajuda o paciente a respirar — sem analgésicos é um momento doloroso, que gera impactos de curto e longo prazo aos pacientes da covid-19.

"Se eu tiver que tirar o tubo ou fazer o processo de extubação do paciente sem analgesico e sedativo, sem essas medicações que servem aliviar o desconforto, será um momento doloroso, traumático, não só para o momento, mas isso também pode gerar consequências a longo prazo", alertou a médica.

Hajjar chegou a ser cotada para ocupar a chefia do Ministério da Saúde, mas por discordar de parâmetros do combate à pandemia do governo federal, recusou o cargo.