Policial acusado de matar homem negro em Nova York não será julgado
NOVA YORK, 03 dez 2014 (AFP) - Um júri popular de Nova York decidiu não levar a julgamento um policial branco acusado de matar um homem negro em um evento controverso ocorrido em Staten Island (sul), em frente ao sul de Manthatan, em julho passado, informaram meios de comunicação locais nesta quarta-feira.
Eric Garner, de 43 anos, suspeito de vender cigarros ilegalmente, morreu após ter sido contido à força por vários policiais brancos, um dos quais, identificado como Daniel Pantaleo, o segurou pelo pescoço, uma prática proibida em Nova York.
A decisão de não julgar Pantaleo, revelada pelos jornais The New York Times e New York Post, e que ainda não se anunciou oficialmente, ocorre dias depois de um júri de Ferguson (Missouri, sul) fazer o mesmo com outro policial branco que matou um jovem negro desarmado, gerando violentos protestos.
Após semanas de investigação, o júri popular de Staten Island não encontrou evidências suficientes para julgar o policial, mas ainda se desconhece o resultado da votação ou as acusações apresentadas pela promotoria, segundo o New York Post, que citou fontes ligadas ao caso.
Os atos de Pantaleo foram captados por uma câmera amadora. No vídeo, Garner, pai de três filhos, se queixa várias vezes de não conseguir respirar. Obeso e asmático, ele perdeu os sentidos em seguida e foi declarado morto no hospital.
Sua morte foi qualificada como homicídio pelo instituto médico legal da cidade e voltou a deixar em evidência as tensões raciais de Nova York e aumentar a pressão sobre as autoridades.
O anúncio pode provocar a novas manifestações, potencialmente mais importantes do que as realizadas nos últimos dias no caso Michael Brown, o jovem negro morto em Ferguson, e que deixou 30 detidos em Nova York.
Quando um juri do Missouri anunciou, na semana passada, que não encontrou evidencia suficiente para processar o policial Darren Wilson, ocorreram dezenas de manifestações, algumas delas violentas, em todo o país.