Advogado de acusados de estupro na Índia denuncia confissão forçada
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31.mai.2016 - Mulheres fazem protesto contra um estupro coletivo em Calcutá, na Índia. Uma mulher foi sequestrada e estuprada por pelo menos quatro homens no domingo (29). A vítima está hospitalizada. No distrito de Uttar Pradesh, o corpo de uma adolescente foi encontrado pendurado em uma árvore. Segundo as autoridades, a jovem foi violentada e morta por três homens Imagem: Dibyangshu Sarkar/AFP

O advogado que defende três dos autores do estupro coletivo de uma estudante de 23 anos, em Nova Déli, acusou a polícia de forçar a confissão dos suspeitos, que deverão se apresentar na Justiça pela segunda vez nesta quinta-feira (10).

"Todos os acusados foram espancados pela polícia, que usou de força para extrair declarações que se encaixam nas provas recolhidas", denunciou à AFP o advogado M.L. Sharma.

"Meus clientes foram forçados a confessar os crimes que não cometeram", sustentou em frente ao Tribunal de Saket, ao sul da capital, antes da chegada dos cinco acusados.


Questionado sobre as acusações, um porta-voz da polícia se recusou a comentar.

De acordo com Sharma, seus clientes têm a intenção de se declarar inocentes das acusações de sequestro, estupro e assassinato da estudante indiana no dia 16 de dezembro em um ônibus em Déli. A jovem morreu em razão dos graves ferimentos sofridos durante a agressão.

Os outros dois acusados não têm advogado de defesa, enquanto o sexto, de 17 anos, será julgado em um tribunal para menores de idade.


Sharma havia afirmado anteriormente que provaria que os seus clientes não são responsáveis pelo crime, mas negou que acusaria a vítima.

Em uma recente entrevista à Bloomberg, o advogado considerou que o namorado da estudante, que a acompanhava, era "totalmente responsável" pelo ataque, porque o casal não deveria se encontrar na rua à noite.

Indianos fazem homenagem e tocam "Imagine"


"Até o momento eu não vi um único exemplo de estupro de uma mulher respeitável", declarou.

Sobre esta declaração, o advogado garantiu à AFP que não tentou difamar a vítima.

"Eu falei com a Bloomberg, mas não disse nada sobre a vítima. Eu só disse que as mulheres são respeitadas na Índia, sejam mães, irmãs, amigas, mas diga-me que país respeita uma prostituta?!"

Questionado se, portanto, considerava a vítima como uma prostituta, o advogado respondeu: "não, claro que não, mas eu tenho que defender meus clientes e provar que eles não cometeram esse crime hediondo".

Os cinco acusados maiores de idade têm entre 19 e 35 anos e terão que se apresentar, na tarde desta quinta-feira, ao tribunal, depois de uma primeira audiência na segunda-feira realizada a portas fechadas, conforme as leis locais em caso de estupro.

Uma fonte judicial indicou na segunda-feira que o caso deve ser oficialmente transferido para outra instância nesta quinta para permitir um processo acelerado.

Estuprada diversas vezes, agredida violentamente com uma barra de ferro, a vítima foi jogada seminua para fora do ônibus.

Ela morreu de seus ferimentos em um hospital em Cingapura, para onde havia sido transferida após ser submetida a três cirurgias na Índia.

Seu namorado, testemunha do drama, também foi espancado.

Este incidente revoltou a opinião pública na Índia e fez com que milhares de mulheres manifestassem nas ruas de Nova Délhi exigindo mais segurança e mais atenção por parte da polícia e da justiça em relação aos crimes de violação e agressão sexual.

 

 

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