Anúncio de novo governo na Tunísia em meio a manifestações por morte de opositor
TNIS, Tunísia, 06 Fev 2013 (AFP) - Chokri Belaid, um dos líderes da oposição tunisiana, foi morto a tiros nesta quarta-feira em Túnis, em um assassinato que provocou manifestações contra o poder islamita, violentos confrontos com a polícia que deixaram um agente morto e o anúncio de um novo governo.
Após essa morte, no primeiro assassinato político desde a revolução de 2011, o primeiro-ministro Hamadi Jebali fez um discurso à nação durante a noite para anunciar que formará um "governo de personalidades nacionais competentes sem filiação política".
"Decidi formar um governo de personalidades nacionais competentes sem filiação política que terá um mandato limitado para a gestão dos assuntos do país até a realização de eleições no prazo mais breve", declarou.
Em sinal de protesto após o assassinato de Belaid, quatro formações opositoras laicas - a Frente Popular, a Al-Massar (esquerda), o Partido Republicano e a Nidaa Tounes (centro)- convocaram uma greve geral e suspenderam a sua participação na Assembleia Nacional Constituinte.
A paralisação deve ocorrer na sexta-feira, dia do funeral.
Mas os sindicatos de advogados, magistrados e do Ministério Público anunciaram que entrarão em greve já a partir de quinta, assim como os professores da maior universidade do país, em Manouba, subúrbio de Túnis.
Os parentes da vítima acusaram o partido islamita no poder Ennahda de ser o responsável pelo assassinato, suscitando temores de um novo ciclo de violência em um país já minado par uma crise política, social e econômica e que tem dificuldades para se reerguer após a revolução que derrubou Zine El Abidine Ben Ali em janeiro de 2011.
Denunciando um "assassinato odioso", o presidente Moncef Marzouki, um laico que mantém relações tensas com o Ennahda, cancelou uma viagem ao Cairo e retornou às pressas da França para Túnis. Ele convocou uma reunião com lideranças políticas e autoridades de segurança.
Chokri Belaid, de 48 anos, líder da oposição de esquerda e crítico ferrenho do governo atual, foi morto quando deixava a sua casa de manhã com três tiros à queima-roupa, de acordo com o primeiro-ministro.
"Meu marido foi ameaçado diversas vezes e havia feito várias advertências, sem resultado. Respondiam a ele que deveria assumir o fato de que era um opositor", declarou Besma Khalfaoui, no hospital, com a calça suja de sangue.
Ela e o irmão da vítima, Abdelmajid Belaid, acusaram o chefe do Ennahda, Rached Ghannouchi. "Ghannouchi, seu cão sujo", gritava desesperado o pai do opositor.
Mas Ghannouchi negou qualquer envolvimento, considerando que seus autores "querem um banho de sangue" na Tunísia. "Não é só um ato de terrorismo contra Belaid, mas contra toda a Tunísia", disse Jebali.
Após os primeiros confrontos nesta manhã entre policiais e manifestantes, uma multidão acompanhou a ambulância que transportava o corpo do opositor. O veículo chegou a parar na avenida Bourguiba, em Túnis, diante do Ministério do Interior, símbolo da repressão contra os opositores.
"O povo quer a queda do regime!" "O povo quer uma revolução de novo", "Ennahda torturador do povo", gritavam os manifestantes, entoando o hino nacional em vários momentos.
Após a passagem da ambulância, uma multidão de jovens atacou novamente a polícia com pedras. Um blindado da guarda nacional disparou bombas de gás lacrimogêneo no momento em que os manifestantes erguiam barricadas.
Após várias horas de enfrentamentos, a calma parecia ter retornado no início da noite ao centro de Túnis. O Ministério do Interior anunciou a morte de um policial agredido a pedradas.
Em outras cidades do país, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que tentavam atacar a sua sede em Sidi Bouzid (centre-oeste), berço da revolta de 2011.
Em Mezzouna, Gafsa, Monastir (centro) e Sfax (sul) manifestantes incendiaram e saquearam sedes do Ennahda. Em Kasserine, Béja e Bizerte, as pessoas gritavam "Vingança, vingança".
O presidente francês, François Hollande, condenou o assassinato que "deixa a Tunísia sem uma de suas vozes mais corajosas". Os Estados Unidos denunciaram um "ato odioso e covarde".
Berlim manifestou a sua "tristeza" e pediu que as autoridades tunisianas "protejam a herança" da revolução, enquanto Londres denunciou um "ato covarde e bárbaro com o objetivo de desestabilizar a transição democrática na Tunísia".
A Human Rights Watch, a Anistia Internacional e a Federação Internacional dos Direitos Humanos (Fidh) condenaram essa morte e pediram uma investigação independente.
A Tunísia está mergulhada em uma crise política, na ausência de um compromisso sobre a futura Constituição que impede a realização de novas eleições, enquanto os membros laicos da coalizão governamental exigem a saída dos islamitas dos principais ministérios.
A violência se intensificou e milícias pró-poder foram acusadas de organizar ataques contra a oposição, principalmente o assassinato de um opositor agredido até a morte em outubro por manifestantes.
Após essa morte, no primeiro assassinato político desde a revolução de 2011, o primeiro-ministro Hamadi Jebali fez um discurso à nação durante a noite para anunciar que formará um "governo de personalidades nacionais competentes sem filiação política".
"Decidi formar um governo de personalidades nacionais competentes sem filiação política que terá um mandato limitado para a gestão dos assuntos do país até a realização de eleições no prazo mais breve", declarou.
Em sinal de protesto após o assassinato de Belaid, quatro formações opositoras laicas - a Frente Popular, a Al-Massar (esquerda), o Partido Republicano e a Nidaa Tounes (centro)- convocaram uma greve geral e suspenderam a sua participação na Assembleia Nacional Constituinte.
A paralisação deve ocorrer na sexta-feira, dia do funeral.
Mas os sindicatos de advogados, magistrados e do Ministério Público anunciaram que entrarão em greve já a partir de quinta, assim como os professores da maior universidade do país, em Manouba, subúrbio de Túnis.
Os parentes da vítima acusaram o partido islamita no poder Ennahda de ser o responsável pelo assassinato, suscitando temores de um novo ciclo de violência em um país já minado par uma crise política, social e econômica e que tem dificuldades para se reerguer após a revolução que derrubou Zine El Abidine Ben Ali em janeiro de 2011.
Denunciando um "assassinato odioso", o presidente Moncef Marzouki, um laico que mantém relações tensas com o Ennahda, cancelou uma viagem ao Cairo e retornou às pressas da França para Túnis. Ele convocou uma reunião com lideranças políticas e autoridades de segurança.
Chokri Belaid, de 48 anos, líder da oposição de esquerda e crítico ferrenho do governo atual, foi morto quando deixava a sua casa de manhã com três tiros à queima-roupa, de acordo com o primeiro-ministro.
"Meu marido foi ameaçado diversas vezes e havia feito várias advertências, sem resultado. Respondiam a ele que deveria assumir o fato de que era um opositor", declarou Besma Khalfaoui, no hospital, com a calça suja de sangue.
Ela e o irmão da vítima, Abdelmajid Belaid, acusaram o chefe do Ennahda, Rached Ghannouchi. "Ghannouchi, seu cão sujo", gritava desesperado o pai do opositor.
Mas Ghannouchi negou qualquer envolvimento, considerando que seus autores "querem um banho de sangue" na Tunísia. "Não é só um ato de terrorismo contra Belaid, mas contra toda a Tunísia", disse Jebali.
Após os primeiros confrontos nesta manhã entre policiais e manifestantes, uma multidão acompanhou a ambulância que transportava o corpo do opositor. O veículo chegou a parar na avenida Bourguiba, em Túnis, diante do Ministério do Interior, símbolo da repressão contra os opositores.
"O povo quer a queda do regime!" "O povo quer uma revolução de novo", "Ennahda torturador do povo", gritavam os manifestantes, entoando o hino nacional em vários momentos.
Após a passagem da ambulância, uma multidão de jovens atacou novamente a polícia com pedras. Um blindado da guarda nacional disparou bombas de gás lacrimogêneo no momento em que os manifestantes erguiam barricadas.
Após várias horas de enfrentamentos, a calma parecia ter retornado no início da noite ao centro de Túnis. O Ministério do Interior anunciou a morte de um policial agredido a pedradas.
Em outras cidades do país, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que tentavam atacar a sua sede em Sidi Bouzid (centre-oeste), berço da revolta de 2011.
Em Mezzouna, Gafsa, Monastir (centro) e Sfax (sul) manifestantes incendiaram e saquearam sedes do Ennahda. Em Kasserine, Béja e Bizerte, as pessoas gritavam "Vingança, vingança".
O presidente francês, François Hollande, condenou o assassinato que "deixa a Tunísia sem uma de suas vozes mais corajosas". Os Estados Unidos denunciaram um "ato odioso e covarde".
Berlim manifestou a sua "tristeza" e pediu que as autoridades tunisianas "protejam a herança" da revolução, enquanto Londres denunciou um "ato covarde e bárbaro com o objetivo de desestabilizar a transição democrática na Tunísia".
A Human Rights Watch, a Anistia Internacional e a Federação Internacional dos Direitos Humanos (Fidh) condenaram essa morte e pediram uma investigação independente.
A Tunísia está mergulhada em uma crise política, na ausência de um compromisso sobre a futura Constituição que impede a realização de novas eleições, enquanto os membros laicos da coalizão governamental exigem a saída dos islamitas dos principais ministérios.
A violência se intensificou e milícias pró-poder foram acusadas de organizar ataques contra a oposição, principalmente o assassinato de um opositor agredido até a morte em outubro por manifestantes.
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