Crise diplomática dos EUA se amplia com revelações de espionagem na Espanha
BERLIM, 28 Out 2013 (AFP) - Os Estados Unidos negaram que o presidente Barack Obama estava ciente da espionagem à chanceler alemã Angela Merkel, mas a tempestade diplomática prosseguia nesta segunda-feira com novas acusações envolvendo a Espanha.
De acordo com o jornal espanhol El Mundo, a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana espionou 60 milhões de chamadas telefônicas no país entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, uma revelação que se soma a uma longa lista de países europeus espionados.
O ministério espanhol das Relações Exteriores convocou o embaixador dos Estados Unidos para dar explicações sobre as supostas escutas de autoridades espanholas reveladas na sexta-feira pela imprensa.
A Espanha pediu para que os americanos "facilitem o acesso a toda informação necessária sobre as escutas realizadas" no país, segundo um comunicado do ministério.
A mensagem, enviada ao embaixador americano James Costos, ressalta que tais "práticas são certamente n impróprias e inaceitáveis".
A tempestade provocada pelas escutas da NSA na Europa continua a alimentar a polêmica nos países envolvidos, e mais particularmente na Alemanha, onde as revelações sobre a espionagem do celular da chanceler provocaram indignação.
De acordo com o jornal Der Spiegel, o programa de espionagem de Merkel pode ter começado em 2002.
Já o jornal alemão Bild am Sonntag, que citou fontes do serviço secreto americano, destacou que o diretor da NSA Keith Alexander havia informado Barack Obama sobre uma operação de espionagem das comunicações de Merkel em 2010.
Em um comunicado enviado domingo à noite à AFP em Washington, a NSA nega essas últimas acusações.
"O general Keith Alexander (diretor da NSA) não falou com o presidente Obama sobre uma suposta operação de inteligência que envolvia a chanceler Merkel e jamais falou de alguma operação que a envolvesse. As versões da imprensa que dizem o contrário não são corretas", declarou Vanee Vine, uma porta-voz da agência.
Nesta segunda-feira, o Wall Street Journal afirmou, entretanto, que os Estados Unidos pararam com o programa de escutas depois de Barack Obama ser informado da existência da espionagem.
Sem comentar as últimas informações, a imprensa alemã continuou a expressar sua indignação contra os Estados Unidos e seu líder.
Em um editorial intitulado "O amigo escuta", em referência aos cartazes de propaganda da Segunda Guerra Mundial, convidando os cidadãos a se manter alerta porque o "inimigo escuta", o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) comparou os Estados Unidos a uma "potência de ocupação digital".
"A superpotência americana deve aprender a ser mais fiel e justa com seus parceiros e amigos", considerou o jornal conservador Die Welt.
A classe política, apesar de se dizer chocada, tem dificuldades para agir de forma clara nesta crise. Alguns pedem a suspensão das negociações de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos, mas Merkel se posicionou contra a tal movimento na semana passada.
Da mesma forma, alguns partidos da oposição (Verdes, o radical Die Linke de esquerda) desejam convocar uma sessão especial do Bundestag, ou pedem a abertura de inquérito parlamentar, e até uma audiência com o ex-consultor da NSA, Edward Snowden como testemunha, mas o seu peso político é pequeno para que realmente seja levado em conta.
A Alemanha enviará esta semana para os Estados Unidos uma delegação de representantes de alto nível dos seus serviços de inteligência para "avançar em discussões com a Casa Branca e a NSA sobre as acusações recentemente citadas", segundo o porta-voz da chancelaria, Georg Streiter .
Uma delegação do comitê das liberdades cívicas do Parlamento Europeu também deve viajar aos Estados Unidos, a partir de segunda-feira e até quarta-feira.
"Os sujeitos a serem discutidos com as autoridades americanas incluem o impacto dos programas de espionagem (Prism e outros) sobre os direitos fundamentais dos cidadãos da UE, particularmente o direito à vida privada", segundo um comunicado do PE.
A delegação anunciou várias reuniões com os americanos, mas não "recebeu nenhuma resposta ao pedido de encontro entre os deputados e o diretor da NSA, o general Keith Alexander", indicou a mesta fonte.
De acordo com o jornal espanhol El Mundo, a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana espionou 60 milhões de chamadas telefônicas no país entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, uma revelação que se soma a uma longa lista de países europeus espionados.
O ministério espanhol das Relações Exteriores convocou o embaixador dos Estados Unidos para dar explicações sobre as supostas escutas de autoridades espanholas reveladas na sexta-feira pela imprensa.
A Espanha pediu para que os americanos "facilitem o acesso a toda informação necessária sobre as escutas realizadas" no país, segundo um comunicado do ministério.
A mensagem, enviada ao embaixador americano James Costos, ressalta que tais "práticas são certamente n impróprias e inaceitáveis".
A tempestade provocada pelas escutas da NSA na Europa continua a alimentar a polêmica nos países envolvidos, e mais particularmente na Alemanha, onde as revelações sobre a espionagem do celular da chanceler provocaram indignação.
De acordo com o jornal Der Spiegel, o programa de espionagem de Merkel pode ter começado em 2002.
Já o jornal alemão Bild am Sonntag, que citou fontes do serviço secreto americano, destacou que o diretor da NSA Keith Alexander havia informado Barack Obama sobre uma operação de espionagem das comunicações de Merkel em 2010.
Em um comunicado enviado domingo à noite à AFP em Washington, a NSA nega essas últimas acusações.
"O general Keith Alexander (diretor da NSA) não falou com o presidente Obama sobre uma suposta operação de inteligência que envolvia a chanceler Merkel e jamais falou de alguma operação que a envolvesse. As versões da imprensa que dizem o contrário não são corretas", declarou Vanee Vine, uma porta-voz da agência.
Nesta segunda-feira, o Wall Street Journal afirmou, entretanto, que os Estados Unidos pararam com o programa de escutas depois de Barack Obama ser informado da existência da espionagem.
Sem comentar as últimas informações, a imprensa alemã continuou a expressar sua indignação contra os Estados Unidos e seu líder.
Em um editorial intitulado "O amigo escuta", em referência aos cartazes de propaganda da Segunda Guerra Mundial, convidando os cidadãos a se manter alerta porque o "inimigo escuta", o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) comparou os Estados Unidos a uma "potência de ocupação digital".
"A superpotência americana deve aprender a ser mais fiel e justa com seus parceiros e amigos", considerou o jornal conservador Die Welt.
A classe política, apesar de se dizer chocada, tem dificuldades para agir de forma clara nesta crise. Alguns pedem a suspensão das negociações de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos, mas Merkel se posicionou contra a tal movimento na semana passada.
Da mesma forma, alguns partidos da oposição (Verdes, o radical Die Linke de esquerda) desejam convocar uma sessão especial do Bundestag, ou pedem a abertura de inquérito parlamentar, e até uma audiência com o ex-consultor da NSA, Edward Snowden como testemunha, mas o seu peso político é pequeno para que realmente seja levado em conta.
A Alemanha enviará esta semana para os Estados Unidos uma delegação de representantes de alto nível dos seus serviços de inteligência para "avançar em discussões com a Casa Branca e a NSA sobre as acusações recentemente citadas", segundo o porta-voz da chancelaria, Georg Streiter .
Uma delegação do comitê das liberdades cívicas do Parlamento Europeu também deve viajar aos Estados Unidos, a partir de segunda-feira e até quarta-feira.
"Os sujeitos a serem discutidos com as autoridades americanas incluem o impacto dos programas de espionagem (Prism e outros) sobre os direitos fundamentais dos cidadãos da UE, particularmente o direito à vida privada", segundo um comunicado do PE.
A delegação anunciou várias reuniões com os americanos, mas não "recebeu nenhuma resposta ao pedido de encontro entre os deputados e o diretor da NSA, o general Keith Alexander", indicou a mesta fonte.
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