Kerry defende governo de transição na Síria sem Assad


CAIRO, 03 Nov 2013 (AFP) - Os Estados Unidos adotaram "táticas" diferentes das de seus aliados no caso da Síria, mas sua política busca o mesmo objetivo final, um governo de transição sem Bashar al-Assad, declarou neste domingo o secretário de Estado americano John Kerry.

Em visita ao Cairo, primeira etapa de um giro de onze dias pelo Oriente Médio e Golfo, o chefe da diplomacia americana é esperado esta noite na Arábia Saudita, aliada estratégica de Washignton, com quem mantém divergências.

Riyad, que apoia militarmente a oposição síria, rejeitou participar no Conselho de Segurança das Nações Unidas em 18 de outubro, em protesto contra a inação da ONU para acabar com a guerra civil na Síria.

"Há países (...) que gostariam que os Estados Unidos fizessem algo em particular no que diz respeito à Síria", reconheceu Kerry a repórteres no Cairo.

"Essas diferenças não significam que há uma diferença no objetivo final", garantiu.

"Nós todos compartilhamos o mesmo objetivo (...) ou seja, salvar o Estado sírio e instalar um governo de transição", acrescentou.

"Acreditamos também que Assad, tendo perdido toda a autoridade moral, não pode fazer parte" deste novo governo. "Ninguém sabe como acabar com esta guerra com Assad no poder", ressaltou o secretário de Estado.

O ministério sírio das Relações Exteriores reagiu a este posicionamento, afirmando que as declarações de Kerry poderiam "fazer fracassar" a conferência internacional Genebra-2.

"O secretário de Estado John Kerry continua a dar declarações que ameaçam a conferência de Genebra, o o que pode ser considerado uma ingerência flagrante nos assuntos sírios e uma agressão ao direito do povo sírio de traçar o seu futuro", declarou o ministério em um comunicado.

"Se os Estados Unidos são sinceros em sua cooperação com a Rússia, Kerry deve compreender que apenas o povo sírio tem o direito de escolher seus líderes e futuro político" e que "o sucesso de Genebra-2 depende unicamente da vontade dos sírios de se entender para acabar com a violência e o terrorismo", acrescentou.

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