Egito realiza eleições presidenciais em que Sisi é favorito absoluto
CAIRO, 26 Mai 2014 (AFP) - Os egípcios começaram nesta segunda-feira a votar nas presidenciais em que todas as pesquisas apontam como vencedor absoluto o ex-chefe de exército, Abdel Fatah al-Sisi, que derrubou e prendeu o ex-presidente islamita Mohamed Mursi.
O marechal reformado, de 59 anos, está à frente do governo interino que foi formado há 11 meses, quando lançou contra os partidários de Mursi a repressão mais violenta da história recente do Egito.
Isso custou inúmeras críticas na comunidade internacional, mas também fez com que ganhasse uma enorme popularidade entre os egípcios que deverão votar nele em massa.
Para a maioria da população, ele é o homem que vai devolver estabilidade ao país depois de três anos de caos e de crise econômica depois da revolução em 2011 contra Hosni Mubarak.
Mahmud el Minyawi, um eleitor de 66 anos, afirma que vai votar "neste patriota porque falta disciplina ao país".
Samia Chami, funcionária pública, por sua vez, diz que votará no ex-militar porque ele "ajudou a livrar o Egito de Mursi".
"Todo o mundo nos observa enquanto escrevemos nossa história e nosso futuro", afirmou Sisi, enquanto depositava seu voto em sua seção eleitoral.
Seus detratores consideram que, com sua eleição, o exército voltará a tomar o poder depois de ter deixado Mursi e sua confraria, a Irmandade Muçulmana, apenas um ano no poder. Os defensores dos direitos humanos já consideram o governo interino mais autoritário que o de Mubarak.
O exército de Sisi evocou os três milhões de pessoas que saíram às ruas pedindo a queda de Mursi, para justificar dias depois a destituição do único presidente eleito democraticamente no Egito.
Desde 3 de julho, a polícia e o exército mataram mais de 1.400 manifestantes pró-Morsi, prenderam mais de 15.000 pessoas, algumas das quais foram condenadas a penas de morte em julgamentos sumários.
As capitais ocidentais e a ONU criticaram duramente esta repressão, enquanto que uma grande maioria dos 86 milhões de egípcios a aprovou, tanto que Sisi não teve praticamente que fazer campanha eleitoral.
Democracia em 25 anos O único adversário, o esquerdista Hamdeen Sabbahi, por sua vez, fez uma campanha muito intensa, mas não deverá obter um número de votos significativo, segundo os analistas.
Em suas aparições televisivas, Sisi declarou que o Egito não estará pronto para uma democracia real antes de 20 ou 25 anos, uma afirmação que cai como um balde de água fria para aqueles que sonhavam com uma abertura do país.
O que Sisi promete por ora é trazer a estabilidade e, para conseguir isso, erradicar com os "terroristas", o termo utilizado pelo governo e meios de comunicação para se referir à Irmandade Muçulmana.
Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas.
bur-gir-sbh/sw/pop/me/cn
O marechal reformado, de 59 anos, está à frente do governo interino que foi formado há 11 meses, quando lançou contra os partidários de Mursi a repressão mais violenta da história recente do Egito.
Isso custou inúmeras críticas na comunidade internacional, mas também fez com que ganhasse uma enorme popularidade entre os egípcios que deverão votar nele em massa.
Para a maioria da população, ele é o homem que vai devolver estabilidade ao país depois de três anos de caos e de crise econômica depois da revolução em 2011 contra Hosni Mubarak.
Mahmud el Minyawi, um eleitor de 66 anos, afirma que vai votar "neste patriota porque falta disciplina ao país".
Samia Chami, funcionária pública, por sua vez, diz que votará no ex-militar porque ele "ajudou a livrar o Egito de Mursi".
"Todo o mundo nos observa enquanto escrevemos nossa história e nosso futuro", afirmou Sisi, enquanto depositava seu voto em sua seção eleitoral.
Seus detratores consideram que, com sua eleição, o exército voltará a tomar o poder depois de ter deixado Mursi e sua confraria, a Irmandade Muçulmana, apenas um ano no poder. Os defensores dos direitos humanos já consideram o governo interino mais autoritário que o de Mubarak.
O exército de Sisi evocou os três milhões de pessoas que saíram às ruas pedindo a queda de Mursi, para justificar dias depois a destituição do único presidente eleito democraticamente no Egito.
Desde 3 de julho, a polícia e o exército mataram mais de 1.400 manifestantes pró-Morsi, prenderam mais de 15.000 pessoas, algumas das quais foram condenadas a penas de morte em julgamentos sumários.
As capitais ocidentais e a ONU criticaram duramente esta repressão, enquanto que uma grande maioria dos 86 milhões de egípcios a aprovou, tanto que Sisi não teve praticamente que fazer campanha eleitoral.
Democracia em 25 anos O único adversário, o esquerdista Hamdeen Sabbahi, por sua vez, fez uma campanha muito intensa, mas não deverá obter um número de votos significativo, segundo os analistas.
Em suas aparições televisivas, Sisi declarou que o Egito não estará pronto para uma democracia real antes de 20 ou 25 anos, uma afirmação que cai como um balde de água fria para aqueles que sonhavam com uma abertura do país.
O que Sisi promete por ora é trazer a estabilidade e, para conseguir isso, erradicar com os "terroristas", o termo utilizado pelo governo e meios de comunicação para se referir à Irmandade Muçulmana.
Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas.
bur-gir-sbh/sw/pop/me/cn
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- Homem é morto a tiros no Jardim Ponta Grossa em Apucarana
- Oposição da Venezuela pede libertação de "presos políticos" e Maduro celebra Natal
- Renato Gaúcho retira jogador do Grêmio da zona mista e o impede de falar com a imprensa
- Delegação do Botafogo chega ao Rio, e multidão lota praia para comemorar