Clinton ganha em Nevada, Trump concretiza liderança na Carolina do Sul
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Vadim Ghirda/AP
Os triunfos do grandíloquo bilionário de 69 anos e da ex-secretária de Estado, de 68, reconfortam estes candidatos, a poucos dias do 1º de março, quando na chamada "Super Terça" onze estados terão suas primárias.
Mas o dia cobrou uma vítima: o ex-governador da Flórida Jeb Bush - irmão e filho de ex-presidentes - anunciou com lágrimas nos olhos a retirada de sua campanha para a Casa Branca, após um desempenho decepcionante nas primárias.
Na Carolina do Sul, Trump confirmou nas urnas o que as pesquisas haviam destacado desde o ano passado: que é o favorito para ganhar a nomeação dos republicanos na corrida presidencial para substituir Barack Obama.
O magnata, que conquistou um eleitorado republicano que busca um "outsider" antissistema, obteve um terço dos votos, seguido do senador de origem cubana Marco Rubio, com 22,5%, e do ultraconservador Ted Cruz, com 22,3%.
"Depois desta noite, a corrida se transformou em uma competição entre três pessoas e eu ganharei a nomeação", disse um confiante Rubio, o mais novo dos aspirantes, com 44 anos.
Jeb Bush, casado com uma mexicana e que defendia um mecanismo para regularizar os imigrantes sem documentação, ficou em quarto lugar com menos de 8%, o que acabou o retirando da competição.
Retardatários ficaram o governador de Ohio, o moderado John Kasich, e o médico aposentado Ben Carson.
Ao elogiar a si próprio por sua vitória em um discurso, Trump mostrou-se confiante que parte dos seguidores de seus opositores que se retiraram da corrida apoiam agora sua candidatura.
"Não é fácil a luta pela presidência. É dura, é desagradável, é odiosa. Mas é bela. Quando se ganha, é bela. Vamos começar a ganhar para melhorar nosso país", disse o controverso Trump, que perdeu em Iowa frente a Cruz, mas ganhou com folga em New Hampshire, os estados que tiveram primárias antes da Carolina do Sul.
Necessitada vitóriaHillary clinton conseguiu uma necessitada vitória no sábado, frente a seu rival Bernie Sanders no caucus (assembleia de eleitores) de Nevada, no oeste do país.
Mas a mínima diferença entre ambos candidatos prevê primárias prolongadas, em meio a uma crescente popularidade do senador de Vermont no país.
Clinton obteve 52,6% frente a 47,4% para Sanders.
"Alguns podem ter duvidado de nós, mas nós nunca duvidamos", disse Clinton em um discurso desafiador em Las Vegas, no hotel e cassino Caesars Palace. "Os americanos têm o direito de estarem chateados. Mas também estão famintos de soluções reais", declarou.
Sanders parabenizou Clinton, embora tenha mostrado seu orgulho por ter encurtado a distância com a ex-secretária de Estado, que desde o começo tem sido a favorita para obter a nomeação democrata para as presidenciais de novembro.
"Temos o vento a favor quando nos dirigimos à 'Super Terça'", disse Sanders, de 74 anos.
Apesar de ter alcançado a necessitada vitória, os resultados do sábado farão refletir a campanha de Clitnon, cuja popularidade entre os latinos era dada como certa.
Segundo as pesquisas de boca de urna, 53% dos eleitores hispânicos optaram por Bernie Sanders, contra 45% por Clinton.
Mas três quartos dos eleitores negros a apoiaram, uma boa notícia para a ex-primeira dama às vésperas das primárias nos estados do sudeste, onde os negros ocupam uma boa parte da população.
A vitória em Nevada dá a Clinton um respiro, depois da grande derrota em New Hampshire pelo senador Bernie Sanders, cuja mensagem anti-elites e anti-Wall Street tem aprofundado entre os jovens democratas.
A ex-secretária de Estado obteve outra muito apertada vitória em Iowa, o estado que inaugurou as primárias para as presidenciais de novembro, embora pelo apoio que tem do partido Democrata continua sendo a favorita para obter a nomeação.
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