Manifestantes exigem a retirada da bandeira confederada de Charleston
Charleston, Estados Unidos, 21 Jun 2015 (AFP) - Milhares de manifestantes protestaram no sábado à noite na Carolina do Sul para exigir a retirada da bandeira confederada, polêmico símbolo do sul escravagista dos Estados Unidos, três dias depois do assassinato de nove negros em uma igreja de Charleston por um jovem branco.
Aparentemente, o atirador de Charleston, o jovem branco Dylann Roof, tinha um blog abertamente racista, que exibe dezenas de fotos do suspeito com armas, queimando a bandeira americana, exibindo a bandeira da Confederação e justificando o crime por seu ódio contra os negros.
O FBI informou que analisa a autenticidade do site.
Durante a noite, milhares de pessoas protestaram em Columbia, capital da Carolina do Sul, diante do Parlamento local, onde a bandeira confederada continua hasteada, enquanto as bandeiras dos Estados Unidos e do estado permanecem a meio-mastro em sinal de luto.
"Retirem", gritaram os manifestantes, que cantaram "We Shall Overcome", música emblemática do movimento a favor dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Muitas pessoas exibiram cartazes com frases que exigem a retirada do símbolo da Confederação durante a guerra civil, uma medida que só pode ser tomada pelo Parlamento local.
O debate sobre a bandeira confederada, símbolo de orgulho do sul para seus defensores, e de racismo para os críticos, foi reiniciado após o massacre de quarta-feira na histórica cidade de Charleston, um dos mais graves deste tipo na história recente do país.
Mais de 370.000 pessoas assinaram uma petição no site MoveOn.org que denuncia a bandeira confederada como "um símbolo da rebelião e do racismo" e pede a construção de "melhores Estados Unidos".
Para o presidente Barack Obama, citado por seu porta-voz Eric Schultz, "a bandeira confederada pertence ao museu".
Mitt Romney, candidato republicano à Casa Branca derrotado em 2012, defendeu a retirada da bandeira confederada do Parlamento da Carolina do Sul em uma mensagem no Twitter.
"Bem dito Mitt", respondeu Obama no Twitter.
A pré-candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, lançou neste sábado um apelo enérgico por um maior controle sobre as armas, após o massacre "sem sentido" em uma igreja emblemática da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul (sudeste), que chocou o país.
"Sei que o porte de armas é parte da identidade de muitas comunidades respeitosas da lei", disse Clinton, durante uma reunião de prefeitos em San Francisco, "mas também sei que podemos fazer reformas de senso comum para manter as armas fora do alcance de criminosos e dos violentos instáveis, respeitando, ao mesmo tempo, os proprietários responsáveis".
O massacre de Charleston aconteceu na quarta-feira, quando Dylann Roof, de 21 anos, entrou em uma aula de estudos bíblicos na Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel.
Depois de permanecer uma hora no local, o jovem abriu fogo.
Segundo uma sobrevivente, antes de atirar, Roof teria afirmado: "Vocês estupraram nossas mulheres e tomaram o controle do país. Tenho que fazer o que tenho que fazer".
Dylan Roof foi indiciado na sexta-feira por nove homicídios e posse de arma de fogo em m crime violento. A justiça federal o investiga por "terrorismo interno" e como autor de um crime de ódio.
O jovem, que estava desempregado e que abandonou o sistema escolar, morava em uma pequena localidade rural e integrava o grupo de americanos do sul que ainda se identificam com a bandeira confederada de 13 estrelas, vermelha, branca e azul.
- Um site assustador -
Um site que parece pertencer a Roof contém escritos de supremacia branca e dezenas de fotografias em que ele é visto segurando armas de fogo.
A página também oferece pistas sobre as motivações do crime, um dos mais chocantes massacres dos últimos anos no país, familiarizado com casos de tiroteios em massa.
"Eu escolho Charleston porque é a cidade mais histórica do meu estado, e já teve a maior proporção de negros para brancos no país", diz o texto veiculado no site.
A imprensa dos Estados Unidos tomou conhecimento do manifesto online apenas no sábado, embora pareça estar no ar há muito tempo.
A autoria dos escritos não está clara e o texto aparece cheio de erros de ortografia. Também não se sabe quem teria tirado as fotografias de Roof.
A imprensa informou que o site está registrado no nome de Roof desde fevereiro.
A página mostra dezenas de fotografias do atirador de Charleston segurando armas, queimando a bandeira norte-americana e visitando senzalas e outros locais que remetem à escravidão no sul dos Estados Unidos.
Uma seção do manifesto, intitulada "uma explicação", afirma: "Eu não tenho escolha. Não estou em posição de ir, sozinho, ao gueto e lutar".
Ele continua: "não temos skinheads, nem membros da KKK, ninguém está fezendo nada além de ficar falando na internet. Alguém tem que ter coragem paa ir para o mundo real, e acho que esse cara sou eu".
O texto se referia ao grupo extremista de direita Ku Klux Klan (KKK).
Nas fotografias, Roof aparece usando uma jaqueta preta com bandeiras do período do apartheid na África do Sul e na antiga Rodésia (que inclui a região hoje conhecida como Zimbábue), alguns dos governos mais opressores e racistas dos últimos tempos.
A página, chamada "O último rodesiano", pode ser acessada pelo endereço lastrhodesian.com.
Roof também é visto posando com estátuas de cera de escravos, segurando a bandeira confederada dos estados sulistas onde a escravidão era praticada, ao lado de uma senzala e apontando uma arma para a câmera.
Em todas as fotos Roof aparece sozinho.
Entre os dizeres racistas do site, as pessoas hispânicas são descritas como "nossas inimigas", enquanto aos "crioulos" são atribuídos menor QI e pouco auto-controle.
rom-sha/fp
Aparentemente, o atirador de Charleston, o jovem branco Dylann Roof, tinha um blog abertamente racista, que exibe dezenas de fotos do suspeito com armas, queimando a bandeira americana, exibindo a bandeira da Confederação e justificando o crime por seu ódio contra os negros.
O FBI informou que analisa a autenticidade do site.
Durante a noite, milhares de pessoas protestaram em Columbia, capital da Carolina do Sul, diante do Parlamento local, onde a bandeira confederada continua hasteada, enquanto as bandeiras dos Estados Unidos e do estado permanecem a meio-mastro em sinal de luto.
"Retirem", gritaram os manifestantes, que cantaram "We Shall Overcome", música emblemática do movimento a favor dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Muitas pessoas exibiram cartazes com frases que exigem a retirada do símbolo da Confederação durante a guerra civil, uma medida que só pode ser tomada pelo Parlamento local.
O debate sobre a bandeira confederada, símbolo de orgulho do sul para seus defensores, e de racismo para os críticos, foi reiniciado após o massacre de quarta-feira na histórica cidade de Charleston, um dos mais graves deste tipo na história recente do país.
Mais de 370.000 pessoas assinaram uma petição no site MoveOn.org que denuncia a bandeira confederada como "um símbolo da rebelião e do racismo" e pede a construção de "melhores Estados Unidos".
Para o presidente Barack Obama, citado por seu porta-voz Eric Schultz, "a bandeira confederada pertence ao museu".
Mitt Romney, candidato republicano à Casa Branca derrotado em 2012, defendeu a retirada da bandeira confederada do Parlamento da Carolina do Sul em uma mensagem no Twitter.
"Bem dito Mitt", respondeu Obama no Twitter.
A pré-candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, lançou neste sábado um apelo enérgico por um maior controle sobre as armas, após o massacre "sem sentido" em uma igreja emblemática da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul (sudeste), que chocou o país.
"Sei que o porte de armas é parte da identidade de muitas comunidades respeitosas da lei", disse Clinton, durante uma reunião de prefeitos em San Francisco, "mas também sei que podemos fazer reformas de senso comum para manter as armas fora do alcance de criminosos e dos violentos instáveis, respeitando, ao mesmo tempo, os proprietários responsáveis".
O massacre de Charleston aconteceu na quarta-feira, quando Dylann Roof, de 21 anos, entrou em uma aula de estudos bíblicos na Igreja Metodista Africana Episcopal Emanuel.
Depois de permanecer uma hora no local, o jovem abriu fogo.
Segundo uma sobrevivente, antes de atirar, Roof teria afirmado: "Vocês estupraram nossas mulheres e tomaram o controle do país. Tenho que fazer o que tenho que fazer".
Dylan Roof foi indiciado na sexta-feira por nove homicídios e posse de arma de fogo em m crime violento. A justiça federal o investiga por "terrorismo interno" e como autor de um crime de ódio.
O jovem, que estava desempregado e que abandonou o sistema escolar, morava em uma pequena localidade rural e integrava o grupo de americanos do sul que ainda se identificam com a bandeira confederada de 13 estrelas, vermelha, branca e azul.
- Um site assustador -
Um site que parece pertencer a Roof contém escritos de supremacia branca e dezenas de fotografias em que ele é visto segurando armas de fogo.
A página também oferece pistas sobre as motivações do crime, um dos mais chocantes massacres dos últimos anos no país, familiarizado com casos de tiroteios em massa.
"Eu escolho Charleston porque é a cidade mais histórica do meu estado, e já teve a maior proporção de negros para brancos no país", diz o texto veiculado no site.
A imprensa dos Estados Unidos tomou conhecimento do manifesto online apenas no sábado, embora pareça estar no ar há muito tempo.
A autoria dos escritos não está clara e o texto aparece cheio de erros de ortografia. Também não se sabe quem teria tirado as fotografias de Roof.
A imprensa informou que o site está registrado no nome de Roof desde fevereiro.
A página mostra dezenas de fotografias do atirador de Charleston segurando armas, queimando a bandeira norte-americana e visitando senzalas e outros locais que remetem à escravidão no sul dos Estados Unidos.
Uma seção do manifesto, intitulada "uma explicação", afirma: "Eu não tenho escolha. Não estou em posição de ir, sozinho, ao gueto e lutar".
Ele continua: "não temos skinheads, nem membros da KKK, ninguém está fezendo nada além de ficar falando na internet. Alguém tem que ter coragem paa ir para o mundo real, e acho que esse cara sou eu".
O texto se referia ao grupo extremista de direita Ku Klux Klan (KKK).
Nas fotografias, Roof aparece usando uma jaqueta preta com bandeiras do período do apartheid na África do Sul e na antiga Rodésia (que inclui a região hoje conhecida como Zimbábue), alguns dos governos mais opressores e racistas dos últimos tempos.
A página, chamada "O último rodesiano", pode ser acessada pelo endereço lastrhodesian.com.
Roof também é visto posando com estátuas de cera de escravos, segurando a bandeira confederada dos estados sulistas onde a escravidão era praticada, ao lado de uma senzala e apontando uma arma para a câmera.
Em todas as fotos Roof aparece sozinho.
Entre os dizeres racistas do site, as pessoas hispânicas são descritas como "nossas inimigas", enquanto aos "crioulos" são atribuídos menor QI e pouco auto-controle.
rom-sha/fp
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