Cuba rejeita continuar na lista de tráfico de pessoas dos EUA

Havana, 29 Jul 2015 (AFP) - Cuba se queixou nesta quarta-feira que os Estados Unidos tenham mantido a ilha em uma lista anual sobre o tráfico de pessoas no mundo, apesar de Washington reconhecer seus esforços contra esse crime.

"Cuba não deve figurar em nenhuma lista unilateral nem ser alvo de vigilância alguma", afirma a chancelaria cubana em um comunicado, aludindo à lista divulgada na segunda pelo departamento de Estado americano.

"O Estado cubano continua comprometido com a Tolerância Zero na luta contra a prostituição e o comércio sexual e outras formas de tráfico de pessoas", acrescenta o texto.

Na segunda, Estados Unidos reconheceram os esforços de Cuba para combater o tráfico sexual e melhoraram a nota da ilha em sua classificação sobre a matéria.

Cuba foi retirada da lista negra devido "aos avanços que o governo fez ao investigar o tráfico sexual, assim como o compromisso do governo para cumprir com os padrões mínimos", afirmou a subsecretária de Estado para Direitos Humanos, Sarah Sewall.

A ilha comunista, que estava entre os piores países em 2003, foi promovida à "lista de observação", junto com outros 40 países que o departamento de Estado considera que fizeram esforços para cumprir com as normas internacionais contra o tráfico de pessoas, mas que exibem pouca evidência de avanços ou o número de vítimas é ainda significativo.

Segundo o relatório do departamento de Estado, crianças e adultos estão sujeitos ao tráfico sexual e ao trabalho forçado em Cuba, incluindo denúncias de médicos obrigados a participar nos programas de cooperação internacional.

"A melhor classificação não significa que o país esteja livre do tráfico", destacou Sewall, que também advertiu sobre a preocupação de Washington porque Havana não reconhece o trabalho forçado como um problema.

Sewall afirmou que a situação do tráfico de pessoas fará parte das próximas negociações sobre direitos humanos entre Estados Unidos e Cuba, que na semana passada restauraram relações diplomáticas depois de mais de meio século de hostilidades.

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