Atentado do EI contra a polícia deixa 15 mortos em mesquita saudita

Riade, 6 Ago 2015 (AFP) - Um novo atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) matou 15 pessoas em uma mesquita frequentada pela polícia em Abha, no sul da Arábia Saudita, em um dos ataques mais mortais contra as forças de segurança em anos.

O atentado foi cometido por um camicase identificado como Abou Sinan al-Najdi, que detonou seu cinturão de explosivos na mesquita.

Doze vítimas fatais eram policiais. Abha é a capital da província de Assir, localizada próxima da fronteira com o Iêmen, onde a Arábia Saudita lidera uma campanha de ataques aéreos contra rebeldes xiitas.

O ataque, ocorrido após a oração muçulmana de meio-dia, também fez nove feridos, três deles com gravidade, segundo o porta-voz do ministério do Interior.

Este é um dos ataques mais violentos dos últimos anos contra as forças de segurança sauditas, que perderam dois soldados em julho em um atentado com carro-bomba em Riad igualmente reivindicado pelo EI, um grupo jihaditas sunita que atua em vários países árabes, sobretudo no Iraque e na Síria.

Em sua reivindicação, o EI prometeu "aos tirano da Península Arábica" outros ataques nos próximos dias.

Após visitar o local do ataque em Abha, o governador de Assir, o príncipe Fayçal ben Khaled ben Abdel Aziz, denunciou um atentado destinado a "desestabilizar o país e provocar o medo entre os cidadãos", segundo a agência oficial Spa.

O porta-voz do ministério do Interior confirmou se tratar de um atentado suicida, citando "pedaços de carne humana encontrados no local onde teria ocorrido a detonação dos explosivos".

O ataque foi denunciado pelo chefe do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Abdellatif Zayani, que expressou a Riad a solidariedade de outras monarquias do petróleo.

Essas monarquias estão "determinadas a lutar contra os terroristas e grupos extremistas, erradicar a sua ideologia e suas fontes de financiamento", acrescentou em um comunicado.

O ataque é um dos mais mortais que tiveram como alvo as forças de segurança desde a onda de violência registrada no reino entre 2003 e 2006, atribuídos ou reivindicados pela rede extremista Al-Qaeda.

E em maio, a província oriental da Arábia Saudita foi abalada por dois ataques suicidas contra mesquitas xiitas que mataram 25 pessoas. Estes também foram reivindicados pelo EI, para quem os xiitas são "hereges".

A Arábia Saudita, que integra a coalizão liderada por Washington contra o EI no Iraque e na Síria, intensificou nos últimos meses as detenções de extremistas sunitas suspeitos de planejar ataques para "estimular as tensões religiosas".

Após o primeiro ataque de maio, o rei Salman afirmou que seu governo se vingará dos seus autores ou seus patrocinadores.

"Quem participou, planejou, apoiou, cooperou ou simpatizou com o crime hediondo será responsabilizado e processado", alertou.

Em seguida, as autoridades anunciaram, em 18 de julho, o desmantelamento de uma organização ligada ao EI e a prisão de 431 suspeitos, em sua maioria sauditas.

Os membros da rede operavam "em um cenário preparado de zonas agitadas no exterior, a fim de semear a sedição e estender o caos", segundo o ministério do Interior.

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