Investigadores buscam motivo para tiroteio em universidade do Oregon

Em Roseburg (EUA)

Investigadores reuniram neste sábado (3) evidências dos motivos pelos quais um estudante de uma universidade do Oregon matou nove pessoas, antes de cometer suicídio, depois que a polícia o encurralou.

Autoridades afirmam que o atirador, identificado como Chris Harper Mercer, 26 anos, estava matriculado na Umpqua Community College, em Roseburg, e abriu fogo na aula de redação. 

Em uma coletiva de imprensa em Roseburg, o xerife do condado de Douglas John Hanlin afirmou que a autópsia realizada determinou que a causa da morte de Chris Harper Mercer, autor dos disparos, foi suicídio.

O xerife disse que Mercer trocou tiros com dois policiais antes de se suicidar. Ele afirmou que 14 armas que pertenciam ao atirador foram recuperadas, incluindo seis no campus da universidade, em Roseburg, com um colete à prova de balas e munição.

O pai de Mercer, Ian, nascido na Grã-Bretanha, vive em Torrance, Califórnia. Ele disse à rede de TV CNN estar devastado com a notícia do massacre, e que não sabe como o filho conseguiu reunir o arsenal. "Se ele não tivesse conseguido obter armas, isso não teria acontecido. Meu coração está com todas as outras famílias afetadas."

Ian contou que a última vez que viu o filho foi quando ele se mudou para o Oregon com a mãe, há dois anos. "Sei que nada do que eu diga pode mudar o que aconteceu. Mas por favor, acredite em mim, meus pensamentos estão com todas essas famílias."

Hanlin afirmou que os investigadores estavam debruçados sobre inúmeras hipóteses, e que entrevistaram centenas de pessoas, incluindo vizinhos e familiares do atirador, para tentar determinar o que desencadeou o ataque de fúria.

Controle de armas

O massacre, o último de uma série de ataques similares nos anos recentes em universidades e escolas dos Estados Unidos, reavivou um forte debate sobre o controle de armas.

Autoridades afirmam que Mercer lutou contra problemas mentais por algum tempo e redigiu uma declaração de muitas páginas na qual indicou se sentir sozinho e que foi inspirado por ataques em massa anteriores.

O atirador, que vivia com sua mãe, também parecia ser obsessivo por armas, religião, e pela supremacia branca.

A mãe de uma das nove pessoas feridas no tiroteio disse que a filha de 16 anos viu Mercer apontar para um estudante e lhe entregar um envelope antes de ordenar que os outros alunos se dirigissem para o centro da sala de aula.

"Ele lhe disse: 'Você será o sortudo', e lhe entregou o envelope. Ele seria o que iria contar a história", descreveu a mãe de Cheyenne Fitzgerald a jornalistas, assinalando que a filha levou um tiro nas costas e perdeu um dos rins.

Não está claro por quanto tempo Mercer estudou em Umpqua, uma pequena universidade de cerca de 3.000 estudantes localizada em Roseburg, uma comunidade rural.

O ataque de fúria ocorreu no quarto dia do novo ano escolar.

Motivos possíveis

Muitos estudantes afirmaram que Mercer havia se matriculado para a aula de teatro, que ainda não tinha começado. Testemunhas afirmaram que ele perguntou às vítimas sua religião antes de disparar contra as mesmas.

- Apaixonado por armas -Hanlin informou que os investigadores estão examinando como o atirador acumulou seu arsenal e rastreando algumas de suas postagens online.

Mercer mudou-se de Los Angeles para o Oregon com sua mãe em 2013, informaram vizinhos, descrevendo-o como tímido e tranquilo, mas apaixonado por armas.

"Quando falávamos sobre armas e caça ele se mostrava bastante aberto sobre isso", disse ao "New York Times" Louie Flores, 32 anos, uma vizinha da Califórnia. "Mas não falava muito sobre como estava sua vida", afirmou.

Em postagens online relacionadas ao e-mail de Mercer, investigadores informaram ter encontrado uma publicação na qual ele expressava simpatia por um repórter de televisão que matou dois ex-colegas durante uma transmissão ao vivo em Virgínia em agosto.

Em Roseburg, moradores tentavam entender a relação da tragédia com a triste realidade de que sua cidade será lembrada como local de um massacre.

Os corpos de nove vítimas - cinco mulheres e quatro homens com idade entre 18 e 67 anos - foram levados a suas famílias nesta sexta-feira.

Outras nove pessoas ficaram feridas no massacre, incluindo uma mulher que foi atingida na cabeça, informaram autoridades.

O massacre reflete uma triste realidade da vida americana, com incidentes similares acontecendo regularmente.

O último massacre em uma escola americana havia ocorrido em 2012, quando 20 estudantes e seis adultos foram mortos na Sandy Hook Elementary School, em Connecticut.

De acordo com um dado coletado pelo grupo Everytown for Gun Safety, houve 142 tiroteios em escolas nos Estados Unidos desde o massacre na escola Sandy Hook.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos