Dois jovens palestinos morrem por disparos israelenses na fronteira de Gaza

Em Gaza

  • Mussa Qawasma/Reuters

    Manifestante palestino joga um coquetel molotov contra as tropas israelenses durante confrontos na cidade de Hebron, na Cisjordânia

    Manifestante palestino joga um coquetel molotov contra as tropas israelenses durante confrontos na cidade de Hebron, na Cisjordânia

Dois adolescentes palestinos morreram e oito ficaram feridos neste sábado 910) por disparos israelenses na faixa de Gaza, ao longo da barreira que a separa de Israel, indicaram os serviços de socorro de Gaza.

A morte de Marwane Darbaj, de 13 anos, e de Jalil Othman, de 15 anos, ocorreu a leste de Khan Yunes, e eleva a nove o número de jovens que morreram desde sexta-feira por disparos israelenses na zona.

São os incidentes mais graves no pobre território palestino desde a guerra de 2014.

Paralelamente, os palestinos enterravam neste sábado seus mortos da véspera em Gaza e na Cisjordânia, em um clima de grande nervosismo depois do dia mais mortífero na recente escalada de violência com os israelenses.

Milhares de pessoas participaram dos primeiros dos sete enterros previstos para este sábado. Segundo os palestinos, não se via tanta gente desde a segunda intifada (2000-2005).

A violência se estendeu na sexta-feira à faixa de Gaza, onde nos últimos seis anos ocorreram três guerras com Israel. Apenas na sexta-feira, sete jovens palestinos morreram neste território em incidentes com soldados israelenses junto à barreira fronteiriça, aos quais se somam os dois mortos deste sábado.

O cortejo fúnebre de um dos quatro palestinos enterrados neste sábado em Gaza se transformou em um desfile dos combatentes do braço armado do Hamas, o movimento palestino que governa o enclave. Pouco depois, tiveram início confrontos entre jovens palestinos e soldados israelenses ao longo da barreira fronteiriça.

Em Jerusalém, por sua vez, mais de 1.000 palestinos participaram do funeral de Ahmad Qali, de 22 anos, morto na sexta-feira por disparos israelenses no campo de refugiados de Shuafat.

Milhares de pessoas também se dirigiram a Hebron, na Cisjordânia, e à localidade cercada de Yatta, para carregar os cadáveres de dois jovens autores de ataques que foram abatidos pelas forças israelenses.

Também ocorreram manifestações nas cidades árabes de Israel, nas quais foram registradas diversas detenções, segundo a polícia.

Na manhã deste sábado foi registrado o 14º ataque com faca em oito dias contra israelenses ou judeus.

Um jovem de 19 anos esfaqueou dois agentes policiais israelenses junto à cidade velha de Jerusalém, antes de ser morto a tiros, informou a polícia, que descreveu o atacante como "um terrorista árabe".

A poucos metros dali, outro jovem palestino agrediu com uma faca neste sábado dois judeus ultraortodoxos, que ficaram levemente feridos, e também foi morto pela polícia.

A Cisjordânia e Jerusalém Oriental, a parte de maioria árabe ocupada por Israel desde 1967, são palcos de incidentes violentos que aumentam os temores de uma terceira intifada, após as iniciadas em 1987 e em 2000 que deixaram milhares de mortos.

Os analistas estimam que ainda não se chegou a esta situação, mas advertem para o risco de que ocorra um incidente que acenda definitivamente o pavio de um conflito aberto.

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