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Chile recorda nas ruas os 43 anos do golpe que instaurou a ditadura Pinochet

Manifestantes marcham em memória aos 43 anos do golpe militar no Chile, em Santiago - Martin Berdetti/AFP
Manifestantes marcham em memória aos 43 anos do golpe militar no Chile, em Santiago Imagem: Martin Berdetti/AFP

De Santiago

11/09/2016 12h02

Com manifestações, homenagens ao falecido ex-presidente Salvador Allende e aos milhares de assassinados e torturados, o Chile iniciou neste domingo a recordação dos 43 anos de golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet.

O palácio La Moneda, sede do governo que suportou os bombardeios de 11 de setembro de 1973, foi o centro do primeiro ato oficial do dia com uma homenagem a Allende - liderado pela presidente socialista, Michelle Bachelet.

Na sede do governo ainda ressoam "os ecos do mais doloroso marco de nossa história recente", que culminou com o retorno à democracia em 1990, assinalou Bachelet em um breve e emocionado discurso.

"Hoje o Chile recorda o que ocorreu há 43 anos, aquilo que nunca mais voltará a acontecer, porque temos uma certeza irrenunciável (de que) enquanto a luz da memória seguir viva, ninguém estará vencido e ninguém estará esquecido", afirmou a presidente.

11.set.2016 - Polícia de choque reage a manifestantes durante marcha que relembra golpe que instaurou ditadura militar no Chile, em Santiago - Martin Bernetti/AFP - Martin Bernetti/AFP
Polícia de choque reage a manifestantes durante marcha em Santiago
Imagem: Martin Bernetti/AFP

11.set.2016 - Manifestantes entram em confronto com a polícia durante marcha em memória dos 43 anos do golpe militar no Chile, em Santiago - Christian Miranda/AFP - Christian Miranda/AFP
Manifestantes entram em confronto com a polícia durante marcha em Santiago
Imagem: Christian Miranda/AFP


Ruas do centro de Santiago amanheceram cercadas e com uma maior quantidade de policiais do que o habitual para assegurar a ordem durante a manifestação que percorrerá vários quilômetros de Santiago.

O som dos tambores em frente a La Moneda deu início à marcha, às 10h40 locais, que seguirá até o Cemitério Central de Santiago, onde os familiares das vítimas da ditadura, que ainda clamam por justiça, homenagearão os mais de 3.200 mortos e desaparecidos deixados pelo regime.

Como é habitual nesta data, em Santiago e em outras regiões, é possível ver barricadas e confusões menores à meia-noite e nas primeiras horas do dia, informou a polícia.

Bachelet destacou os avanços em políticas de direitos humanos e assegurou que serão ampliados os espaços destinados a manter a memória do que houve no regime. As organizações de direitos humanos manifestam que ainda há medidas pendentes, como fechar uma prisão feita para deter os militares condenados por crimes cometidos durante a ditadura.