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Hong Kong é paralisada por novos protestos após vídeo de agressão policial

Manifestantes se reúnem durante protesto em Hong Kong, na China - Shannon Stapleton/Reuters
Manifestantes se reúnem durante protesto em Hong Kong, na China Imagem: Shannon Stapleton/Reuters

Em Hong Kong

11/11/2019 07h02

Hong Kong estava paralisada hoje por ações de bloqueio de ruas e avenidas, em mais uma jornada de protesto, após a divulgação de um vídeo que mostra um policial atirando à queima-roupa contra um manifestante.

As imagens mostram um policial tentando controlar fisicamente uma pessoa com uma jaqueta branca no bairro de Sai Wan Ho, em um cruzamento bloqueado pelos manifestantes.

Outro homem, encapuzado, se aproxima e o policial atira. O manifestante cai imediatamente e leva as mãos ao lado esquerdo do corpo. O estado de saúde da vítima é desconhecido.

Segundos mais tarde, o mesmo agente atira outras duas vezes e as imagens mostram um segundo homem de máscara caindo no chão. O vídeo não permite observar seus ferimentos.

Pouco depois, as imagens mostram o momento em que policiais prendem os dois homens no chão. O primeiro tinha uma mancha de sangue nas costas enquanto os agentes, aparentemente, tentavam algemá-lo.

O segundo homem, deitado no chão, estava consciente e conversava com os agentes.

Uma fonte policial disse à AFP, sob anonimato, que munição real foi usada contra pelo menos um manifestante no distrito de Sai Wan Ho.

Fontes médicas afirmaram que três pessoas foram hospitalizadas, incluindo uma atingida por um tiro.

Apesar das manifestações e ações quase diárias desde junho, cada vez mais violentas, tanto o Executivo local como o governo chinês se negam a fazer concessões aos manifestantes, que exigem reformas políticas e uma investigação sobre o comportamento policial.

A tensão aumentou ainda mais depois da morte de um homem de 22 anos, Alex Chow, que caiu de um estacionamento de vários andares durante os confrontos na área de Tseung Kwan O.

As circunstâncias da morte de Chow permanecem indeterminadas, mas ele foi o primeiro estudante a falecer desde o início das manifestações na ex-colônia britânica.

Desde a morte de Chow as manifestações reuniram dezenas de milhares de pessoas todos os dias e uma convocação de greve geral foi anunciada para esta segunda-feira.

Novo dia de protestos

Hoje, vários bairros estavam bloqueados. Os manifestantes atacaram estações de metrô e instalaram barricadas em alguns cruzamentos.

Os protestos paralisaram o trânsito em vários distritos, um cenário de caos que impediu o deslocamento de muitas pessoas até o trabalho.

Sem uma solução política para a crise em Hong Kong, a gestão da explosiva situação parece ter recaído à polícia, que a cada dia gera mais repúdio e revolta dos moradores do território.

Hoje, manifestantes ofenderam policiais, que responderam com gás de pimenta em um dos bloqueios.

Os agentes também usaram gás lacrimogêneo antes de abandonar o local.

A polícia afirma que precisa usar a força em consequência da ação de segmentos radicais dos manifestantes, que já utilizaram bombas incendiárias e atacaram empresas acusadas de ajudar o governo local.

A chefe do Executivo local, Carrie Lam, se negou a permitir uma investigação independente sobre a atuação policial, um pedido essencial dos manifestantes.

Lam afirma que a polícia tem um organismo de supervisão responsável por investigar as queixas.