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2 em cada 3 italianos cortam gastos com alimentação

28/08/2014 08h05

ROMA, 28 AGO (ANSA) - Mais um índice negativo para a já combalida economia italiana. O Instituto de Estatísticas Italiano (Istat) divulgou hoje (28) que as vendas em junho não registraram crescimento em relação ao mês de maio. Analisando em relação ao ano, a queda foi de 2,6%. Baseado nos números divulgados pelo Istat, a Coldiretti (Confederação dos Cultivadores Diretos) chegou à conclusão que dois em cada três italianos (67%) cortam despesas - tanto na qualidade quanto na quantidade - com os alimentos. Pequenos mercados tiveram uma queda recorde nas vendas de -5% e os grandes supermercados e distribuidores de alimentos apresentaram queda de -1,4%.   

As dificuldades econômicas, destaca a Coldiretti, obrigaram cerca de três milhões de italianos a cortarem despesas, um aumento de 48% desde quando começou a crise - há 7 anos. A mudança também não foi sentida só na troca de produtos de maior qualidade para os mais simples, mas também na quantidade de itens comprados: queda de -5% nos leites e queijos e -2% no setor de hortifrutigranjeiros. Outro dado negativo do Istat é de que os salários em julho não apresentaram aumento em relação a junho. Em relação aos últimos 12 meses, o crescimento foi de apenas 1,1%, o menor aumento anual dos últimos 32 anos. O dado de julho, que é medido desde 1982, é o novo mínimo histórico.   

O Instituto divulgou que esse foi "um balanço negativo sobre muitas frentes para os primeiros seis meses de 2014 para o comércio". Entre janeiro e junho, o Istat registrou uma queda de 1% em relação ao mesmo período de 2013, com uma queda de 0,7% no setor de alimentos e 1,1% para os demais setores do comércio.   

Ontem (27), o Instituto havia divulgado que o índice de confiança entre os italianos teve a terceira queda consecutiva no mês de agosto. Os especialistas preveem que os próximos três meses do ano serão ainda piores para o comércio, chamando o período de "outono negro".   

- Itália tem maior queda de confiança Em agosto, o índice ESI (European Sentiment Indicator), que mede a confiança dos consumidores no comércio da União Europeia, caiu aos níveis de dezembro de 2013. Segundo a comissão da UE, entre os principais países da zona do euro, a Itália foi quem teve a maior contração (queda de 4,1 pontos). A Alemanha teve queda de 1,9 pontos, a França de 0,6 e a Holanda de 0,8.   

- Crise que dura sete anos No início de agosto, a Itália entrou em recessão técnica com a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre. O país vem enfrentando uma séria crise econômica há mais de sete anos e registra recordes constantes de desempregos entre os jovens e adultos. Atualmente, segundo informações divulgadas pelo próprio Istat, 10 milhões de italianos vivem na pobreza e o desemprego para pessoas abaixo de 40 anos já passa dos 43%, chegando a mais de 50% no sul da Itália. (ANSA)
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