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Na Lombardia, 26% dos internados em UTI por coronavírus morreram

Moradores caminham pelas ruas de Codogno, na região da Lombardia, na Itália - Miguel Medina/AFP
Moradores caminham pelas ruas de Codogno, na região da Lombardia, na Itália Imagem: Miguel Medina/AFP

23/04/2020 12h01

Uma nova pesquisa sobre o impacto do novo coronavírus (Sars-CoV-2) mostrou que um em cada quatro pacientes internados em unidades de terapia intensiva nos hospitais da Lombardia, na Itália, morreu por causa da doença.

Para fazer a análise, o hospital Policlínico de Milão, em equipe liderada por Antonio Pesenti, diretor da Unidade Operacional Complexa de Terapia, analisou dados de 1.591 pessoas internadas em 72 hospitais da região durante o período de 20 de fevereiro e 18 de março.

Os resultados, publicados na revista Jama, mostraram que a idade média das internações é de 63 anos, sendo 82% do sexo masculino.

Dos dados analisados, foi constatado que 80% dos infectados que foram aos hospitais teve sintomas leves da Covid-19, como febre e tosse seca, e não precisaram fazer tratamentos específicos. Em 20% dos casos, porém, foi necessária a internação. Entre 5% e 15% dos pacientes internados tiveram dificuldades respiratórias tão graves que precisaram ser levados às UTIs. Desses, 80% deles precisaram ser entubados, enquanto os demais receberem oxigênio através de máquinas.

Quase sete pacientes a cada 10 tinham algum problema de saúde antes de serem contaminados, sendo que a maior parte era hipertensa (49%), tinha problemas cardiovasculares (21%) ou problemas respiratórios crônicos (4%). "O percurso da terapia intensiva é longo. Em média, é de 9 a 10 dias para os que morrem e mais longo ainda para os outros, superior a 20 dias. No estudo, cerca de 26% dos pacientes morreram, mas o período de observação que fizemos é muito curto.

É de se esperar que a mortalidade dos pacientes internados em UTIs seja muito mais alta, como já é possível ver em outras pesquisas internacionais", destaca Giacomo Grasselli, um dos autores do estudo. A Lombardia é a região da Itália com o maior número de casos da doença, tendo registrado mais de 69 mil contaminações e 12,7 mil mortos.