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Bolsonaro incentiva invasão a hospitais para checar ocupação

Bolsonaro voltou a questionar os números da pandemia no Brasil - Reprodução
Bolsonaro voltou a questionar os números da pandemia no Brasil Imagem: Reprodução

Em São Paulo

12/06/2020 07h37

Em mais uma polêmica envolvendo a pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incentivou que as pessoas "arranjem um jeito" de invadir hospitais para checar a ocupação de leitos. A fala aconteceu durante uma live na noite de ontem.

"Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda", disse o presidente.

Sem citar os riscos sanitários de quem entrar nos centros médicos, especialmente, nas áreas dedicadas à covid-19 ou ainda sem pensar na proteção das equipes que atuam diariamente nos hospitais, o mandatário ainda pediu que as pessoas mandassem os vídeos para ele através das redes sociais.

Bolsonaro voltou a questionar os números da pandemia no Brasil e, sem provas, disse que "tem dados que chegam, que a população reclama, que a pessoa tinha uma série de problemas e entrou em óbito". "Não tinha contraído o vírus e aparece covid-19. São dezenas de casos por dia que chegam nesse sentido. Tem um ganho político dos caras, só pode ser isso", disse sem afirmar de onde essas informações chegam ou apresentar provas sobre os crimes de fraude.

Conforme o presidente, se os vídeos forem mandados para ele, eles serão encaminhados para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e para a Polícia Federal. "Se chega ao meu conhecimento, eu envio para que seja analisado e sejam abertos processos investigatórios", ressaltou.

O presidente ainda voltou a falar que "ninguém no país morreu por falta de respirador" e voltou a criticar o isolamento social. Desde o início da pandemia, Bolsonaro vem minimizando a doença, chegando a referir-se a ela como uma "gripezinha" e questionando as medidas dos governadores, que fizeram o isolamento social em seus estados e cidades - contrariando o que o presidente queria.

De acordo com dados do próprio Ministério da Saúde, o país tem 40.919 mortes pela covid-19 e 802.828 contaminações confirmadas pelo novo coronavírus. Há ainda 345.595 curados.