Obama diz que nada 'é mais importante' que manter vivo o sonho americano
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na noite desta terça-feira, no tradicional Discurso do Estado da União, que "nenhum desafio é mais urgente e nenhum debate é mais importante" neste momento que manter vivo o sonho americano.
Com as promessas de recuperação da economia dominando boa parte do discurso, Obama disse que é preciso manter "a promessa básica americana, de que se você trabalha duro, conseguirá o suficiente para criar uma família, comprar uma casa, mandar seus filhos para a universidade e economizar um pouco para a aposentadoria".
"Podemos construir um país onde um número cada vez menor de pessoas ganha muito bem e um crescente número de americanos mal passa perto disso", ressaltou.
"Ou podemos restaurar uma economia onde todos tenham uma fatia justa, onde todos façam uma contribuição justa, e todos joguem sob as mesmas regras", disse, referindo-se à sua proposta para uma maior taxação das fortunas dos americanos.
Obama voltou ao tema no meio do discurso e disse que é preciso seguir o conselho de Warren Buffet, o megainvestidor americano que defendeu uma maior taxação das fortunas. A proposta deve opor Obama e a oposição rebublicana nas eleições deste ano.
"Washington deve parar de subsidiar os milionários. Se você ganha US$ 1 milhão por ano, não deveria ter deduções nos impostos ou subsídios. Por outro lado, se ganha menos de US$ 250 mil por ano, como 98% dos americanos, seus impostos não deveriam aumentar", argumentou.
Oriente Médio, Irã e Afeganistão
Obama deu inicio ao discurso dizendo que "pela primeira vez em nove anos, não há nenhum americano lutando no Iraque. Pela primeira vez em duas décadas, Osama bin Laden não é uma ameaça" para os Estados Unidos.
O presidente disse que a campanha no Iraque serviu para aplicar ações "decisivas" contra inimigos americanos, citando a Al Qaeda.
"Com uma posição fortalecida, começamos a amainar a guerra no Afeganistão. 10 mil tropas já voltaram para casa. 23 mil retornarão até o fim do verão", disse.
O presidente também fez referências às revoltas populares no norte da África e no Oriente Médio.
"Um ano atrás, Khadafi era um dos mais longevos ditadores do mundo - um assassino com sangue americano em suas mãos. Hoje ele está morto. Na Síria, eu não tenho dúvidas de que o regime de Assad logo descobrirá que as forças da mudança não podem ser revertidas e que a dignidade humana não pode ser negada", disse.
Obama também falou sobre o Irã e o seu programa nuclear.
"A América está determinada a prevenir o Irã de conseguir uma bomba nuclear e eu não descartarei nenhuma das opções sobre a mesa para conseguir isso", disse.
Hegemonia americana
Obama negou que os Estados Unidos estejam perdendo força geopolítica.
"A renovação da liderança americana pode ser sentida ao redor do mundo", disse.
"Quem disser que a América está em declínio ou que nossa influência está se esvaindo não sabe do que está falando", disse. "Não é isso que as pessoas percebem, de Tóquio a Berlim, da Cidade do Cabo ao Rio".
Imigração e emprego
Obama voltou a defender uma reforma migratória nos Estados Unidos. Ele condenou a imigração clandestina e disse que nenhum outro governo colocou mais policiais na fronteira que o seu. "Os opositores não tem desculpa", argumentou.
"Vamos pelo menos chegar a um acordo para parar de expulsar jovens que querem trabalhar em nossos laboratórios, começar novos negócios e defender esses país. Me mandem uma lei que dê a eles a chance de conseguir sua cidadania. Eu assinarei na mesma hora", disse.
Obama também lembrou que nos seis meses antes de sua posse, o país perdeu 4 milhões de postos de trabalho.
"Nos últimos 22 meses, a economia gerou mais de 3 milhões de empregos", disse.
Obama ainda defendeu o retorno de empresas americanas que mudaram suas plantas para outros países em busca de custos mais baratos.
"Minha mensagem é simples. É hora de parar de premiar empresas que exportam postos de trabalho para outros países e hora de começar a premiar empresas que criam trabalho aqui", disse.
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