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Britânico mascarado que aparece em vídeos de decapitações é identificado

26/02/2015 12h30

Mohammed Emwazi tinha origem kuaitiana e morava no oeste de Londres

O extremista de sotaque britânico que aparece nos vídeos de decapitações do grupo autodenominado "Estado Islâmico" foi identificado por investigadores no Reino Unido como Mohammed Emwazi. Mascarado, ele vinha sendo chamado até agora de "John Jihadista".

Emwazi, britânico nascido no Kuait, tem cerca de 27 anos e morava no oeste de Londres. Ele já era conhecido das agências de segurança britânicas, mas até o momento, seu nome não havia sido revelado por razões operacionais.

A primeira aparição em vídeo do extremista ocorreu em agosto passado, quando ele aparentemente assassinou o jornalista americano James Foley.

Ele parece estar presente também em vídeos posteriores das decapitações do jornalista americano Steven Sotloff, do agente humanitário britânico Savid Haines, do taxista britânico Alan Henning e do agente humanitário americano Abdul-Rahman Kassig, conhecido como Peter.

Em cada um dos vídeos, o militante aparece vestido de preto, com uma máscara deixando apenas os olhos e o nariz à mostra.

'Os Beatles'

Em discursos feitos com um sotaque britânico, ele provocava potências ocidentais antes de levar sua faca ao pescoço dos reféns, parecendo cortá-los, até que a filmagem parava. Depois, eram mostrados os corpos decapitados das vítimas.

Neste mês, Emwazi apareceu no vídeo da decapitação do jornalista japonês Kenji Goto.

Reféns libertados pelo "Estado Islâmico" dizem que ele é um de quatro jihadistas britânicos que cuidavam dos ocidentais sequestrados pelo grupo na Síria. Por isso, os jihadistas foram apelidados de "John", "Paul", George" e "Ringo" pelos reféns, e coletivamente eram chamado de "Beatles".

Amigos de Emwazi disseram ao jornal Washington Post que ele cresceu em uma família de classe média no oeste londrino e estudou programação informática na Universidade de Westminster. Às vezes, ele rezava em uma mesquita de Greenwich (sudeste).

A universidade confirmou que Emwazi saiu da instituição há seis anos e acrescentou: "Se essas alegações são verdadeiras, estamos chocados e enojados".

Ainda segundo o Washington Post, os amigos de Emwazi disseram acreditar que ele começou a se radicalizar depois de viajar à Tanzânia, em maio de 2009, depois de se formar.