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Com mensagens escritas em calcinhas, mulheres fazem campanha contra machismo e violência

08/03/2015 11h08

São fotografias de mulheres com calcinhas. Mas não do tipo tão comum em propagandas. As imagens buscam transmitir uma mensagem bem diferente das usadas pela publicidade.

As fotos foram uma resposta à convocação feita pelo artista Alexsandro Palombo, que buscava realizar uma campanha contra a violência sexual por causa do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo.

Palombo pediu que mulheres de todo o mundo escrevessem mensagens em calcinhas contra o machismo e a violência de genêro.

No mundo, mais de um terço das mulheres já sofreram algum tipo de violência física ou sexual, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, o número de casos de estupro (com vítimas homens e mulheres) chega a 50 mil por ano (saiba mais ao lado).

O resultado deste esforço foi uma série de fotos compartilhadas junto com a hashtag #BriefMessage (messagem breve, em inglês).

"Somos muito mais do que isso", escreveu uma das participantes, destacando a parte inferior da peça com um quadrado vermelho.

"Só os fracos usam de violência", afirmou outra, denunciando agressões contra mulheres.

"Não sou um objeto, mas uma pessoa", destacou uma terceira.

Feminicídio

Esta questão foi tema de uma nova lei aprovada no Congresso na última semana.

O texto prevê penas mais duras para o assassinato de mulheres "por razões da condição de sexo feminino" - o chamado "feminicídio".

Ela inclui o feminicídio no Código Penal como homicídio qualificado, cuja pena pode variar de 12 a 30 anos - uma punição mais severa, portanto, do que a prevista para homicídio simples (de 6 a 20 anos).

O país já tinha uma legislação contra a violência doméstica contra a mulher.

Criada em 2006, a Lei Maria da Penha estabelece não só punições, mas prevê também políticas públicas de prevenção e para melhorar o atendimento e proteção das vítimas.

A inclusão do novo crime no Código Penal foi amplamente comemorada por movimentos feministas, mas muitos acreditam que haverá dificuldades no cumprimento da disposição legal.

A lei deve ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira.