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Crise de imigração: Mais 3 mil resgatados na Líbia e 'invasão' de macedônios na Grécia

Sakis Mitrolidis/AFP
Imagem: Sakis Mitrolidis/AFP

22/08/2015 17h57

A crise da imigração tem se acentuado cada vez mais na Europa. Em uma nova operação de resgate de imigrantes ilegais que tentam chegar ao continente pelo Mar Mediterrâneo, mais 3 mil pessoas foram encontradas na travessia próximo à costa da Líbia.

Na Grécia, milhares de imigrantes macedônios conseguiram entrar na fronteira com o país enfrentando a polícia local em um confronto que teve bombas de granada lançadas para tentar impedir as pessoas de avançar.

O número de imigrantes - a maioria deles refugiados da guerra na Síria - tentando sair daquela região aumentou nos últimos dias, desde que a Macedônia fechou sua fronteira no sul e declarou estado de emergência.

Enquanto isso, no Mar Mediterrâneo, cada vez mais imigrantes viajando em condições precárias com traficantes de pessoas têm sido resgatadas pela guarda costeira italiana.

Líbia

Na costa da Líbia, o resgate dos imigrantes aconteceu após uma mega operação na região. Segundo informações da guarda italiana, que comandou a operação, foram 18 embarcações - 14 botes de borracha e outros 4 barcos.

Pelo menos 1,2 mil pessoas foram resgatadas de cinco das embarcações em uma das maiores operações recentes na região.

O caminho da Líbia para a Itália é um dos que mais tem imigrantes tentando entrar ilegalmente na Europa. Dos 264.500 imigrantes que, segundo a ONU, cruzaram o Mediterrâneo neste ano, perto de 104 mil desembarcaram na Itália. Outros 160 mil chegaram à Europa pela Grécia.

Dois navios italianos e vários outros botes estão envolvidos nessa mega operação de resgate que começou neste sábado. O navio norueguês Siem Pilot foi liberado pela missão de patrulha da Europa e também está colaborando nas buscas. Ele chegou a resgatar 320 pessoas neste sábado antes de ser desviado para outra emergência.

Na última semana, outras 300 pessoas foram resgatadas de um barco no Mediterrâneo, mas 49 foram encontradas mortas aparentemente por terem inalado vapores de combustível.

Enquanto isso, policiais nas cidades de Palermo e da Sicília prenderam seis egípcios suspeitos de estarem envolvidos com tráfico de pessoas depois de um resgate no dia 19 de agosto.

O barco estava carregando 432 pessoas - mais de 10 vezes da capacidade dele. Alguns que estavam à bordo disseram que tiveram de pagar para os traficantes de pessoas para poderem subir do porão para conseguir respirar, segundo relatos à AFP.

Macedonia

Milhares de imigrantes macedônios conseguiram vencer as forças policias na fronteira com a Grécia para conseguir dar entrada no país europeu.

A maioria deles quer chegar ao norte da Europa pela Hungria.

As forças de segurança da Macedônia planejavam deixar centenas de imigrantes entrarem na fronteira com a Grécia em certo momento neste sábado para coincidir com os horários de saída dos trens para a Sérvia e o resto da Europa. Mas muitos deles forçaram a entrada antes disso, enquanto outros corriam da multidão. Algumas pessoas ficaram feridas conforma a polícia foi bloqueando o caminho dos imigrantes.

A tentativa dos macedônios de entrar na fronteira com os gregos já se estende por dias. Muitos acabaram presos ali pelos policiais. Na sexta-feira, alguns foram espancados com cassetetes e escudos ao tentarem cruzar o limite do país. Vários imigrantes acabaram passando a noite ali - até mesmo crianças - e só alguns conseguiram entrar e pegar o trem para o norte europeu.

Enquanto isso, a agência de refugiados da ONU, UNHCR, já expressou preocupação com os "milhares de refugiados vulneráveis, especialmente mulheres e crianças, agora massacrados no lado grego da fronteira em condições precárias."

A organização pediu à Macedônia para "estabelecer uma gestão ordenada e sensível à proteção das suas fronteiras".

O Ministro das Relações Exteriores da Macedônia, Nikola Poposki, disse à BBC que a situação "piorou dramaticamente".

"Nos últimos dias, houve um aumento no fluxo de imigrantes, que chegaram a cerca de 3 mil ou 3,5 mil por dia, o que é obviamente algo muito difícil de controlar no dia a dia para um país de 2 milhões de pessoas e que tem poucos recursos", disse.