Países em desenvolvimento defendem fundo de US$ 30 bilhões na Rio+20
Rio de Janeiro, 13 jun (EFE).- O grupo dos 77 países em desenvolvimento (G77) e a China propuseram a criação de um fundo para projetos sustentáveis dotado com US$ 30 bilhões por ano na rodada final de negociações da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
"O G77 e a China defendem a criação desse fundo. É uma proposta que conta com grande respaldo dentro do grupo", disse em entrevista coletiva no Rio de Janeiro o chefe da delegação brasileira, Luiz Alberto Figueiredo Machado.
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O diplomata admitiu que a proposta enfrenta a resistência de alguns países, mas que já faz parte da rodada final de negociações, iniciada hoje no Rio de Janeiro a exatamente uma semana da abertura da cúpula que reunirá pelo menos 100 chefes de Estado ou de governo.
O fundo multilateral serviria para financiar projetos de desenvolvimento sustentável principalmente em países pobres.
O G77, integrado atualmente por 130 países, agrupa quase toda América Latina, África e as nações do Sul da Ásia.
Este grupo de países em desenvolvimento se associou à China para negociar em bloco durante a Rio+20, que acontece 20 anos depois da Cúpula da Terra, a ECO92.
O G77 considera a criação do fundo como uma forma de destravar as negociações sobre os chamados "meios de implementação", um dos cinco capítulos do documento que será aprovado no Rio de Janeiro e que garante os instrumentos para cumprir o que for estipulado na cúpula.
A resistência dos tradicionais países doadores a comprometer-se com recursos na Conferência do Rio motivou os países em desenvolvimento a propor um mecanismo alternativo de financiamento.
A origem dos recursos que alimentarão o fundo proposto será discutida até a próxima quarta-feira pelos negociadores oficiais em encontros a portas fechadas no Riocentro e depois pelos governantes.
Segundo o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, pelo menos 130 chefes de Estado ou de Governo se inscreveram para discursar na conferência, o que seria um recorde de participação em eventos da ONU.
O objetivo da cúpula, que será realizada entre os dias 20 e 22 de junho, é alcançar um consenso sobre um documento de compromissos, que pretende transformar em realidade o conceito de economia verde e dar estrutura institucional mundial às políticas de desenvolvimento sustentável.