Harare, 16 mar (EFE).- O povo do Zimbábue vota neste sábado se adotará ou não uma nova Constituição, com a qual se pretende tirar o país da crise política e econômica na qual está imerso há 12 anos.

Os cidadãos terão entre 2h e 14h (horário de Brasília) para comparecer a um dos 9.500 colégios eleitorais espalhados pelas dez províncias que formam o país, onde estão presentes cerca de 70 mil agentes eleitorais.

Embora os políticos do país tenham convocado os cidadãos a exercerem o seu direito ao voto neste plebiscito, as pesquisas apontam que a participação popular rondará 35%.

A minuta da Constituição, que demorou quatro anos para ser redigida e teve investimentos de US$ 65 milhões, contempla uma redução gradual dos poderes executivos do presidente do país.

No entanto, a nova Carta Magna permite ao atual chefe de Estado, Robert Mugabe, de 89 anos, seguir à frente do Zimbábue por mais dez anos se ganhar os próximos dois pleitos.

Além disso, garante pela primeira vez a igualdade de direitos para as mulheres e exige que os chefes de segurança do país sejam politicamente imparciais.

Tanto a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), de Mugabe, como o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), os dois partidos rivais que formaram o atual Governo de coalizão em 2009, fizeram campanha pelo apoio popular à nova Constituição, que consta de 172 páginas.

A adoção de uma nova Carta Magna era uma das condições indispensáveis do acordo que deu origem ao Governo de unidade em 2009, como passo prévio para a realização das próximas eleições, previstas para julho.

O Governo de coalizão foi formado após as polêmicas eleições realizadas em 2008, nas quais morreram pelo menos 200 seguidores do então partido opositor, o MDC, liderado por Morgan Tsvangirai, agora primeiro-ministro do Zimbábue.