Últimos sul-coreanos do complexo de Kaesong voltam para casa

Seul, 3 mai (EFE).- Os últimos sete sul-coreanos que continuavam no paralisado complexo industrial de Kaesong na Coreia do Norte voltaram nesta sexta-feira a seu país após concluir as negociações sobre assuntos administrativos com autoridades norte-coreanas.

Os sete empregados cruzaram em direção sul a fronteira do paralelo 38 que separa os dois países "após encerrar com sucesso as últimas negociações sobre assuntos do complexo", disse à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.

Essas negociações resolveram, entre outros temas, o pagamento dos salários atrasados aos operários da Coreia do Norte por parte das empresas sul-coreanas que operam lá.

Assim, o único projeto de cooperação econômica entre as duas Coreias tem futuro incerto, já que está bloqueado desde que no dia 9 de abril Pyongyang retirou todos os seus trabalhadores em plena etapa de tensão.

As duas partes não parecem estar perto de iniciar negociações para sua reabertura e teme-se que, se as relações entre Norte e Sul continuarem tão ruins, o parque industrial feche definitivamente.

O governo sul-coreano, que na semana passada recebeu uma resposta negativa do Norte a seu pedido de diálogo, não revelou sua próxima estratégia após Kaesong se esvaziar completamente e por enquanto se limita a "garantir o retorno seguro dos últimos sete sul-coreanos", afirmou a porta-voz de Unificação.

Ontem as principais entidades financeiras sul-coreanas anunciaram que fornecarão empréstimos de emergência no valor de cerca de US$ 640 milhões às empresas afetadas pelo fechamento do polígono, que se somarão a um fundo de mais de US$ 260 milhões dado pelo Executivo.

O complexo industrial de Kaesong, no sudeste da Coreia do Norte, surgiu como um projeto de cooperação econômica entre as duas Coreias quando os vizinhos atravessaram uma etapa de boas relações, no início da década passada.

Em Kaesong 123 empresas sul-coreanas tinham lucro fabricando produtos com a mão-de-obra extremamente barata de aproximadamente 54 mil operários do país vizinho, enquanto o regime da Coreia do Norte obtinha deste projeto grandes remessas de dinheiro.

Desde sua abertura em 2004 e até a atual etapa de crise, nunca antes o polígono tinha detido suas atividades durante mais de um dia.

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