Afeganistão elege sucessor de Karzai no segundo turno das eleições
Fawad Waziri
Cabul, 14 jun (EFE).- O Afeganistão realizou neste sábado o segundo turno das eleições presidenciais para escolher o sucessor de Hamid Karzai e os primeiros indícios apontam para um elevado índice de participação entre os cerca de 13 milhões de possíveis eleitores.
Cerca de 6,2 mil colégios eleitorais abriram às 7h local (23h30, em Brasília) e fecharam às 16h (8h30, em Brasília), embora alguns deles tiveram que fechar momentaneamente pela violência talibã.
Além disso, alguns colégios eleitorais ficaram sem cédulas e a Comissão Eleitoral afegã teve que enviar mais.
Desde primeira hora foram formadas longas filas nas portas de muitos dos centros eleitorais, por isso que os meios de comunicação e os analistas preveem uma alta participação, da mesma forma que no primeiro turno de 5 de abril, na qual votaram cerca de sete milhões de afegãos.
A apuração de votos já começou em algumas províncias, embora os resultados preliminares não serão divulgados até 2 de julho e os finais até 22 do mesmo mês.
"Vim votar pelo futuro do meu país", disse à Agência Efe Karima Sharif, dona de casa de 36 anos de Cabul, que acrescentou que espera que o ganhador trabalhe "pela paz, o desenvolvimento e as mulheres do Afeganistão".
As longas filas se formaram apesar da ameaça dos talibãs que advertiram que participar da votação equivalia a "ajudar os infiéis".
Os insurgentes lançaram vários ataques ao longo do país -150, segundo o Ministério do Interior- que terminaram com 12 civis mortos, entre eles cinco crianças, e vários policiais, um número ligeiramente superior ao do primeiro turno.
A votação representa o fim do governo de Hamid Karzai, que dirigiu o Afeganistão desde a queda dos talibãs em 2001 e que não pode concorrer a um terceiro mandato, de acordo com a Constituição.
Neste turno se enfrentam o ex-líder da resistência anti-talibã Abdullah Abdullah e o tecnocrata Ashraf Gani, os dois candidatos que conseguiram o maior número de votos no primeiro turno de 5 de abril, enquanto outros seis aspirantes foram eliminados.
Adbullah, de pai pashtun, etnia que representa 40% da população afegã, e mãe tajique, obteve 45% dos votos no primeiro turno, menos dos 50% necessários para a vitória. Gani, pashtun, conseguiu 31,6%.
Ambos os políticos fizeram parte do governo de Karzai.
Abdullah (Cabul, 1960), que sobreviveu a princípios de junho a um atentado que matou seis pessoas na capital, mostrou seu perfeito inglês e teve boa presença durante o início do governo do presidente em fim de mandato como ministro das Relações Exteriores, cargo que deixou em 2006 para passar à oposição.
O político se retirou no segundo turno da disputa eleitoral de 2009 entre acusações de fraude contra Karzai, que contava então com o sinal verde da Casa Branca.
Gani (Logar, 1949) é um tecnocrata com experiência no Banco Mundial que voltou a seu país após meia vida longe dele para assumir um papel na transição afegã, após a invasão liderada pelos EUA e a queda dos talibãs.
Membro de uma destacada família pashtun, Gani fez parte da primeira equipe de assessores de Karzai, e foi levado ao Ministério das Finanças no primeiro Executivo de transição, que abandonou em 2004.
O principal desafio do vencedor das eleições será liderar um governo marcado pela retirada das tropas internacionais do Afeganistão, o que obrigará a negociar com os talibãs se desejar evitar um guerra civil.
Além disso, os Estados Unidos e Afeganistão negociam um acordo militar para a permanência de tropas americanas no país asiático após a retirada das forças internacionais da Otan em 2014.
As eleições são realizadas em um momento no qual as tropas da Otan no Afeganistão se encontram em pleno processo de retirada e transferem gradualmente as competências de segurança à polícia e ao Exército afegãos.
No entanto, os Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9,8 mil soldados no país até completar sua saída total no final de 2016.
Cabul, 14 jun (EFE).- O Afeganistão realizou neste sábado o segundo turno das eleições presidenciais para escolher o sucessor de Hamid Karzai e os primeiros indícios apontam para um elevado índice de participação entre os cerca de 13 milhões de possíveis eleitores.
Cerca de 6,2 mil colégios eleitorais abriram às 7h local (23h30, em Brasília) e fecharam às 16h (8h30, em Brasília), embora alguns deles tiveram que fechar momentaneamente pela violência talibã.
Além disso, alguns colégios eleitorais ficaram sem cédulas e a Comissão Eleitoral afegã teve que enviar mais.
Desde primeira hora foram formadas longas filas nas portas de muitos dos centros eleitorais, por isso que os meios de comunicação e os analistas preveem uma alta participação, da mesma forma que no primeiro turno de 5 de abril, na qual votaram cerca de sete milhões de afegãos.
A apuração de votos já começou em algumas províncias, embora os resultados preliminares não serão divulgados até 2 de julho e os finais até 22 do mesmo mês.
"Vim votar pelo futuro do meu país", disse à Agência Efe Karima Sharif, dona de casa de 36 anos de Cabul, que acrescentou que espera que o ganhador trabalhe "pela paz, o desenvolvimento e as mulheres do Afeganistão".
As longas filas se formaram apesar da ameaça dos talibãs que advertiram que participar da votação equivalia a "ajudar os infiéis".
Os insurgentes lançaram vários ataques ao longo do país -150, segundo o Ministério do Interior- que terminaram com 12 civis mortos, entre eles cinco crianças, e vários policiais, um número ligeiramente superior ao do primeiro turno.
A votação representa o fim do governo de Hamid Karzai, que dirigiu o Afeganistão desde a queda dos talibãs em 2001 e que não pode concorrer a um terceiro mandato, de acordo com a Constituição.
Neste turno se enfrentam o ex-líder da resistência anti-talibã Abdullah Abdullah e o tecnocrata Ashraf Gani, os dois candidatos que conseguiram o maior número de votos no primeiro turno de 5 de abril, enquanto outros seis aspirantes foram eliminados.
Adbullah, de pai pashtun, etnia que representa 40% da população afegã, e mãe tajique, obteve 45% dos votos no primeiro turno, menos dos 50% necessários para a vitória. Gani, pashtun, conseguiu 31,6%.
Ambos os políticos fizeram parte do governo de Karzai.
Abdullah (Cabul, 1960), que sobreviveu a princípios de junho a um atentado que matou seis pessoas na capital, mostrou seu perfeito inglês e teve boa presença durante o início do governo do presidente em fim de mandato como ministro das Relações Exteriores, cargo que deixou em 2006 para passar à oposição.
O político se retirou no segundo turno da disputa eleitoral de 2009 entre acusações de fraude contra Karzai, que contava então com o sinal verde da Casa Branca.
Gani (Logar, 1949) é um tecnocrata com experiência no Banco Mundial que voltou a seu país após meia vida longe dele para assumir um papel na transição afegã, após a invasão liderada pelos EUA e a queda dos talibãs.
Membro de uma destacada família pashtun, Gani fez parte da primeira equipe de assessores de Karzai, e foi levado ao Ministério das Finanças no primeiro Executivo de transição, que abandonou em 2004.
O principal desafio do vencedor das eleições será liderar um governo marcado pela retirada das tropas internacionais do Afeganistão, o que obrigará a negociar com os talibãs se desejar evitar um guerra civil.
Além disso, os Estados Unidos e Afeganistão negociam um acordo militar para a permanência de tropas americanas no país asiático após a retirada das forças internacionais da Otan em 2014.
As eleições são realizadas em um momento no qual as tropas da Otan no Afeganistão se encontram em pleno processo de retirada e transferem gradualmente as competências de segurança à polícia e ao Exército afegãos.
No entanto, os Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9,8 mil soldados no país até completar sua saída total no final de 2016.