Moscou, 14 out (EFE).- O americano Peter Willcox, capitão do navio do Greenpeace "Arctic Sunrise", que no mês passado organizou um protesto no Ártico russo, seguirá em prisão preventiva por suposta pirataria depois que a Justiça russa rejeitou nesta segunda-feira sua libertação sob pagamento de fiança.

Willcox se uniu assim aos ativistas que já viram sua liberdade negada sob pagamento de fiança, entre eles a argentina Camilla Speziale, pelo tribunal da cidade de Murmansk que segue seu caso e que está reijeitando um a um os pedidos de libertação dos 30 ativistas detidos há quase um mês.

O capitão do "Arctic Sunrise" -a embarcação que foi interceptada pela guarda de fronteiras russa em 19 de setembro quando protestava contra a exploração petrolífera- pilotava também a embarcação insígnia do Greenpeace "Rainbow Warrior" em 1985, quando foi afundada pelos serviços secretos franceses em um incidente no qual morreu o fotógrafo Fernando Pereira.

Em comunicado do Greenpeace, a esposa do capitão, Maggie Willcox, assinalou que "muita gente trata de fazer, pelo menos, algo bom, às vezes ocasionalmente, às vezes por longos períodos. Raramente as pessoas dedicam sua vida inteira para tentar fazer o mundo melhor. Peter é uma dessas raras pessoas".

Maggie acrescentou que seu marido "é um herói, não um pirata", por isso que pediu às autoridades russas que libertem Willcox e o resto dos ativistas detidos.

Nesta mesma manhã, o tribunal de Murmansk negou a liberdade sob pagamento de fiança da argentina Camila Speziale, de 21 anos.

"Sou inocente e não entendo de que sou acusada. Não tenho nada contra seu país. A Rússia e Argentina têm boas relações. Mas estou detida por algo que não fiz", disse a jovem perante o tribunal.

Todos os ativistas estão sentenciados a permanecer em prisão preventiva até 24 de novembro, enquanto se instrui o caso por suposta pirataria, um delito castigado com até 15 anos de prisão.EFE

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