EUA vigiou 70,3 milhões de comunicações na França em 30 dias


Em Paris

  • Virginia Mayo/AP

    Laurent Fabius, chanceler da França, fala com a imprensa ao chegar para uma reunião com ministros americanos para exigir explicações dos EUA após revelações de espionagem pela NSA, em Luxemburgo

    Laurent Fabius, chanceler da França, fala com a imprensa ao chegar para uma reunião com ministros americanos para exigir explicações dos EUA após revelações de espionagem pela NSA, em Luxemburgo

Os Estados Unidos interceptaram 70,3 milhões de comunicações emitidas desde a França em 30 dias entre o final de 2012 e começo de 2013, segundo documentos da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) publicados nesta segunda-feira por "Le Monde".

Esse número de intercepções aconteceram entre 10 de dezembro e 8 de janeiro, com uma média de três milhões diárias, embora tenha havido um pico de quase sete milhões tanto em 24 de dezembro como em 7 de janeiro, assinalou o periódico, que destacou o caráter "em massa" desta espionagem.

Os principais objetivos da NSA na França eram pessoas suspeitas de ter vínculos com atividades terroristas, mas também outras relacionadas com o mundo empresarial e dos negócios, assim como políticos e funcionários.

O dispositivo de espionagem consistia na gravação automática das conversas ou as mensagens quando se ativa um determinado número de telefone que interessa.

Os SMS também eram capturados desde o momento em que incluíam certas palavras-chave.

Além disso, se guardava o registro histórico das conexões de cada número definido como alvo.

As técnicas utilizadas para estas intercepções aparecem nos documentos da NSA com dois códigos diferentes, "DRTBOX" e "WHITEBOX" que, nos 30 dias assinalados, representaram 62,5 milhões e 7,8 milhões respectivamente.

"Le Monde", que obteve suas informações da documentação subtraída pelo ex-agente da NSA Edward Snowden, transmitida depois pelo jornalista Glenn Greenwald, lembrou que a França não é o país mais espionado pelo número de comunicações capturadas pelos Estados Unidos, já que na Europa Alemanha e Reino Unido a superam.

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