Human Rights Watch exige que Maduro liberte imediatamente opositor

Em Washington

A organização HRW (Human Rights Watch) exigiu nesta quarta-feira (19) que o governo da Venezuela liberte, de maneira "imediata e incondicional", o dirigente opositor Leopoldo López, que se entregou na terça-feira (18) à Guarda Nacional (Polícia Militar) em Caracas após liderar uma grande manifestação contra o presidente Nicolás Maduro.

"A detenção de Leopoldo López é uma violação atroz de um dos mais básicos princípios do devido processo: não se pode encarcerar alguém sem ter provas que o vinculem com um crime", disse em comunicado José Miguel Vivanco, diretor da HRW para as Américas.

O líder se entregou depois que Maduro emitiu uma ordem de busca e captura contra ele ao responsabilizá-lo pelo clima de violência que a Venezuela vive desde a última quarta-feira, quando as manifestações contra o governo terminaram com três mortes e dezenas de feridos e detidos.

"As autoridades da Venezuela não apresentaram até agora nenhuma prova séria - para acusar López -, apenas insultos e teorias da conspiração. A única causa provável aqui parece ser o fato de que López é um oponente político do presidente, mas infelizmente, em um país sem uma Justiça independente, isso pode ser suficiente", considerou Vivanco. E acrescentou: "a comunidade internacional deve pedir a imediata e incondicional libertação de López".

Opositor de Maduro se entrega

O presidente venezuelano afirmou que a decisão de López de se entregar foi negociada com o governo.

Em discurso no final da tarde de ontem, após outra manifestação, desta vez de trabalhadores petrolíferos que apoiam o chavismo, Maduro afirmou que o presidente do poder Legislativo, Diosdado Cabello, teve função central no diálogo com López.

"Chegou-se a um acordo amigável para cumprir a lei e Leopoldo López aceitou entregar-se em paz à Justiça venezuelana", disse, afirmando ainda ter recebido informações de que a "ultradireita de Miami e da Venezuela" mobilizaram "grupos estranhos" para matar o opositor e gerar uma "guerra civil" no país.

Segundo ele, após sua orientação, Cabello passou "três madrugadas" conversando com a família do opositor para chegar a um pacto que estabelecesse o acordo.

"Eu sei que o pai e a mãe dele sabem que nós salvamos seu filho", disse. "Nós terminamos cuidando da vida de Leopoldo López". Maduro afirmou ainda que Cabello estava transportando pessoalmente o opositor a uma prisão fora de Caracas.

O partido Vontade Popular, dirigido por López, no entanto, informou por meio do Twitter que o opositor se encontrava no Palácio de Justiça, no centro de Caracas, realizando uma audiência de apresentação. A fiscal da Promotoria-Geral da República, Luisa Ortega Díaz, disse, também por meio da rede social, que nas próximas horas o ministério apresentará o opositor ao tribunal "com a garantia de todos seus direitos".

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