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Após considerar Israel como terrorista, Bolívia exigirá visto aos israelenses

30/07/2014 14h38

La Paz, 30 jul (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quarta-feira que seu governo decidiu exigir vistos de entradas aos cidadãos israelenses, ao considerar esse país como um "Estado terrorista" por seus ataques em Gaza.

Em um evento na cidade de Cochabamba (centro), Morales assinalou que a decisão foi tomada em seu conselho de ministros e porque "Israel não respeita os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos".

"Como país e como povo, tomamos a firme decisão de renunciar ao acordo sobre vistos com Israel de 17 de agosto de 1972, que foi assinado sob um regime de ditadura na Bolívia e que permitia os israelenses ingressarem à Bolívia livremente", sustentou.

Segundo Morales, a partir desta decisão, Israel passará do grupo 1 ao 3 na classificação dos trâmites para obter visto de entrada à Bolívia, o que implicará que os pedidos deverão ser revisados pela direção Nacional de Migração.

"Passar à lista 3, em outras palavras, significa que estamos declarando (Israel) como um Estado terrorista e que, portanto, tem que tomar as previsões para a entrada de seus cidadãos à Bolívia", acrescentou o governante.

No grupo 1 se encontram os países da Comunidade Andina, o Mercosul e a União Europeia, cujos cidadãos não precisam de visto de turismo para ingressar à Bolívia. Neste caso, os visitantes precisam apresentar apenas o passaporte vigente, o certificado de vacina contra a febre amarela e seu itinerário de viagem.

Em 2009, o governo Morales rompeu relações diplomáticas com Israel em solidariedade com a Palestina, argumento que o governo israelense cometeu "crimes contra a humanidade" em Gaza nesse período.

Nessa nova ofensiva israelense contra Hamas em Gaza, iniciada no último dia 8 de julho, pelo menos 1.327 palestinos morreram e mais de 7.200 ficaram feridos, informou hoje o Ministério da Saúde de Gaza.

Morales voltou a lamentar hoje o "genocídio" na Palestina e acusou Israel de não respeitar "as convenções internacionais" e nem os direitos humanos.