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Ministro russo diz que EUA "querem dominar o mundo"

21/01/2015 09h01

Moscou, 21 jan (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos se empenham em manter um rumo de confronto e "querem dominar o mundo", e rejeitou as acusações do Ocidente sobre a presença de topas russas no leste da Ucrânia.

"Os americanos tomaram o rumo do confronto. O discurso de ontem do presidente Barack Obama sobre o estado da União demonstra que o centro da filosofia dos EUA é só que 'somos o número um' e todos os demais devem respeitar isso", acrescentou Lavrov, em entrevista coletiva.

O ministro afirmou que a Rússia "não quer e não permitirá uma nova Guerra Fria" e garantiu que Moscou prefere "que todos os países adotem uma filosofia de cooperação".

Lavrov também rejeitou as acusações de Kiev e do Ocidente sobre a presença de tropas russas no leste da Ucrânia.

"Ninguém pode apresentar as provas ou não quer fazer isso. Assim como não podem apresentar as provas, supostamente em poder de nossos parceiros, em primeiro lugar ucranianos e americanos, sobre o ocorrido com o Boeing malaio em julho do ano passado", disse.

"Antes de exigir que deixemos de fazer algo, o Ocidente deve provar que o estamos fazendo", disse Lavrov, em alusão aos pedidos a Moscou para que retire suas forças do leste da Ucrânia.

Lavrov, que viajará nesta quarta-feira a Berlim para conversar com representantes de Ucrânia, Alemanha e França sobre o conflito no país vizinho, exigirá aos colegas ocidentais que pressionem as autoridades ucranianas para que não permitam que o conflito piore outra vez e se torne uma guerra.

"Insistiremos em um cessar-fogo imediato, será nossa principal prioridade na reunião de hoje. Para que França e Alemanha alcemse imponham e digam às autoridades ucranianas que não permitam um cenário militar", disse o chefe da diplomacia russa.

O ministro das Relações Exteriores russo também pediu a Kiev e aos rebeldes pró-Rússia que priorizem "a segurança da população civil" às disputas de regiões concretas na linha de contato entre as forças das duas partes no leste da Ucrânia.

Para conseguir isso "é preciso retirar o armamento pesado" da linha de separação, ressaltou Lavrov.

Segundo a ONU, quase 5.000 pessoas perderam a vida no leste da Ucrânia desde abril de 2014, quando Kiev iniciou uma operação militar contra a sublevação separatista que cresceu após a queda do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro.